“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

sábado, 28 de fevereiro de 2015

MANO LIMA o "FILÓSOFO DOS PAMPAS"

Mano Lima

Mario Rubens Batanolli de Lima, nome artístico ManoLima, também conhecido como "filósofo dos pampas" nasceu na localidade de Bororé, na época pertencente ao município de Itaqui - atual Maçambará - em 26 de Agosto de 1953, é cantor, instrumentista e compositor de música gaúcha nativista.
       Ao chegar em São Borja, RS, vindo do Bororé, RS, conheceu Aparício Silva Rillo, em uma estância onde trabalhava e isso mudou a vida de Mano Lima. Sobre este episódio Mano Lima disse certa vez:“Eu queria conhecer o Rillo fazia tempo. Um dia assei um churrasco pra ele numa estância em que trabalhava e nos conhecemos”. Mano Lima tem Rillo como um homem iluminado, uma pessoa que tinha um grande coração e exemplo de ser humano. Foi Rillo que o conduziu ao mundo discográfico. Rillo dizia "Mano Lima é uma verdade", o que o deixava muito feliz.
Mano Lima participou do grupo Amador de Artes Os Angüeras, de 1985 a 1988 e recebeu todo apoio e incentivo para iniciar seu trabalho artístico. Além de Aparício Silva Rillo, Mano Lima também cita Gildo de Freitas como artistas que influenciaram na sua música.
“A terra é tão importante, que cada gaúcho que se preze devia levar um punhado dela dentro do bolso da bombacha”. Esta frase é de Mano Lima – e sintetiza o sentimento de amor a terra pelos gaúchos.

Caracteriza-se principalmente, em suas composições e canções, por sua irreverência e pelo uso de um linguajar rústico, próprio do gaúcho nascido e criado no interior. Suas músicas têm como instrumento principal uma gaita de botão, que ele mesmo toca.
É casado com Draziele de Castro de Menezes. Torcedor e Consul do Sport Clube Internacional.

Gaúcho que canta e defende o Rio Grande do Sul, recebeu o apelido de "Filósofo dos Pampas" devido a suas composições.
Mano, antes de viver da música era domador e tropeiro. Hoje não doma mais, apenas “ajeita a boca de alguns potro” pelos campos do Rio Grande, e diz que foi graças a gaita que toca, que deixou de ser tropeiro e passou a ser patrão.
       Seu 1º LP foi gravado graças ao patrocínio do Grupo Costaneira da cidade de São Borja, RS, gravado pelo selo Nova Trilha de Porto Alegre-RS, sob o título de "Troveiro do M’Bororé". Já neste primeiro trabalho alcançou estrondoso sucesso, principalmente com a composição “Como é que eu tô nesse corpo”.
        Posteriormente, foi contratado pela gravadora RGE de São Paulo, onde gravou: "To de Volta" (1991), "Campo a Fora" (1993), "Com Casca e Tudo" (1995), "Estouro de Tropa" (1996) e "Alma de Tropeiro" (1988). Com o fim dos trabalhos da RGE, foi contratado pela gravadora Acit de Caxias do Sul-RS, gravando os seguintes CDs: "A Fina Flor da Grossura" (2000), "Quando eu crescer" (2002), "Um homem fora do seu tempo" (2004), "Meu Universo" (2005), "Homem da Terra" (2007), "Destino da Gente" (2008).
        Depois, Com uma ausência do mercado fonográfico que já se aproximava de 4 anos,  e que deixou os seus fãs ávidos por novidades, no caso de Mano Lima, estamos falando de devoção, reverência, admiração incondicional. 4 anos são praticamente uma eternidade.
Então, agora pela Gravadora Vertical, lançou em 2012, seu mais recente trabalho, o CD duplo intitulado "Batendo Estribo".
São 22 obras de uma essência campeira e bagual que não tem paralelos na música gaúcha recente. Temáticas que dizem respeito ao peculiar e rico universo de Mano Lima, um artista que vive intensamente cada linha que canta ou declama.
E quem conhece Mano Lima sabe que cada uma de suas performances merece relato e interpretação. Cada canção renderia, tranquilamente, um curta-metragem.

"...Putututututu, temo domando, Temo aprendendo, temo ensinando..."

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Hoje levantei cedo demais
Senti saudade tua meu pai
Olhei pra cadeira onde mateava, tava vazia
E um silêncio tomou conta de mim
Quando na cabeceira da mesa
Tu também não tava
Então lembrei de minha infância
Não só do grande pai
Mas também do grande amigo
Do carinho que tu me dava
De teus ensinamentos
Que no momento nem tanto me importava
Mas era em ti que eu me espelhava
Agarradito em tuas bombacha foi que aprendi a ser homem
Aprendi a ser humilde pra não ser humilhado
Ser amigo dos amigos
Respeitar pra ser respeitado
Me ensinou a ter coragem para dominar meus próprios impulsos
E procurar tar sempre com a verdade do lado
Pois o mal só reponta os fracos
E esses por si já são derrotados
Não te preocupa com o que pensam de ti
Mas e sim com tua consciência
O homem é o que é
E não aquilo que qualquer um pensa
Tenha capricho em tuas atitudes
Como um pingo bem encilhado
Te não tenha medo de pedir desculpa quando estiver errado
E sempre que puder perdoar, perdoe
Sem se sentir derrotado
Pois feliz o homem, que tal a grandeza, que cruzou por cima do pecado
Não tenha vergonha de ter terra nas unhas
Mas a alma limpa como a vertente de um lajeado
Tenha compromisso, seja honesto, trabalhador
Justo e agradecido
E quanto mais longe for
Mais se lembre de onde tenha saído
Por mais que tenha vencido
Nunca cruze por cima
De quem tivesse caído
Pois mais vale um homem desarmado
Do que uma arma sem homem
Mais vale um pobre coitado do que um coitado de alma pobre
Na fumaça de um fogo de chão
Do velho galpão onde nós mateava
Ficou curtido o que tu me passava
Como a rainha de minha lembrança
Pra curar esta ferida
Pois tenha certeza meu velho
Que teus ensinamentos que me ajudaram
A conquistar um espaço na vida
Hoje levantei cedo demais
Pra pelo menos em pensamento
Matear contigo meu pai
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DISCOGRAFIA:
1989 - Troveiro do M'Bororé - NOVA TRILHA










1991 - Tô de Volta - RGE










































































2005 - Meu Universo - ACIT

2007 - Homem da Terra - ACIT
























2012 - Batendo estribo - VERTICAL
 

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