“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

JORGE GUEDES, A VERDADEIRA EXPRESSÃO DO GAÚCHO


Jorge Procópio Ferreira Guedes, ou simplesmente JORGE GUEDES, tambem conhecido como: Ìndio Missioneiro, hijo das Missões e das dores dos povos, nascido no dia 13 de setembro de 1964 em São Luiz Gonzaga, terra de Sepé Tiaraju, manancial de cultura missioneira, filho de Dona Idelina Ferreira Guedes (una índia cruda) e de Francisco da Silva Guedes “Chico Guedes” (músico e gaiteiro). Irmão de músicos, filho de músicos, tio de músicos, pai dos músicos: (Anahy Guedes, Caray Guedes, Andresito Guarany, e Adriano – San Pedro de La Cordeona (sobrinho que cria como filho desde os 4 anos).
Guedes é um cantor e compositor da Música Nativista, Missioneiro e parceiro de arte de nomes como Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá. É um dos melhores cantores do Rio Grande do Sul, sendo um divulgador da cultura missioneira em palcos nacionais e internacionais e além de participar de inúmeros programas de grande notoriedade na TV Brasileira como o Programa do Jô e Sr. Brasil com Rolando Boldrin entre outros.
É mais que um músico, Guedes é um homem “de fora” preocupado com as mensagens e necessidades de seu canto, junto com as proporções certas de onde o canto pode chegar, assim como à importância que ele deve – e pode – deixar às pessoas que o escutam. Guedes é versátil: além de cantor, guitarreiro e professor de violão, como poucos, é gaiteiro nas horas de farra, produtor musical e arranjador, compositor único e simples, evidenciando as mensagens das letras, além de letrista uma que outra vez (principalmente em parceria com João Sampaio).

BIOGRAFIA
Jorge Guedes é o filho mais novo de dez irmãos, seu pai Chico Guedes passou aos filhos o dom da música ,sendo que este tocava o acordeon. Junto dos irmãos na adolescência, começou a tocar e cantar bailes e demonstrar grande apreço pela musicalidade missioneira ,sendo influenciado por grandes artistas como Noel Guarany, Cenair Maicá, Jayme Caetano Braun, Telmo de Lima Freitas e outros nomes, que lhe despertaram grande admiração.
Na década de 80, fez parte por oito anos do conjunto, Os Caranchos. No fim dos anos 80 conhece o cantor e compositor, Noel Guarany, com o qual juntamente com João Maximo lançam o LP, “A volta do Missioneiro” em 1988, aonde interpretou sucessos como “Roda que Roda” e “Na Baixada do Manduca”.
Sempre comprometido com suas raízes missioneiras , lança em 1989 seu primeiro trabalho solo ,o LP “Terra Missioneira”, aonde se encontra canções como “Bagual de Corredor”, “Os Olhos de Minha Linda” em parceria com Noel Guarany e “Milonga do Maragato”, em parceria com João Sampaio que viria à ser mais tarde um de seus maiores parceiros.
Em 1994 lança o LP, “Paisagens de Fim de Tarde”, no qual recebeu o prêmio de melhor capa do ano, trazendo novos sucessos como “Lida de Costeiro”, regravada pelo conjunto, Os Serranos, também a canção “Sentado sobre um Arreio”, regravada pelo cantor e compositor Porca Véia e a interpretação do clássico gaúcho de João Sampaio e Elton Saldanha, “Entrando no bororé”.
Três anos depois lança o CD, “Porque será Che Guevara”, trabalho de grande teor intelectual e apelo social, que está presente no memorial de Che Guevara em Cuba. Neste CD além da homenagem ao revolucionário ,também há homenagens para nomes como Raul Seixas, Atahualpa Yupanqui, Andrés Guazurary e Sepé Tiaraju.
Em 1999 lança seu quinto trabalho, “De Boina e Alpargatas”, em que se destacam as músicas “Costeira”, “Aqui são Outros Quinhentos” e “Estampa Caudilha”, regravação do LP “Paisagens de Fim de Tarde”.
Em 2003 lança de forma independente um CD emblemático e de grande identidade cultural,“Das Missões às Cordilheiras”, tendo feito uma viagem até o Perú, com o intuito de ter um embasamento maior sobre o resgate histórico do trabalho. Destacam-se as musicas “Por uma Pátria de Todos”, “Pra Pastorejar a Pátria” e “Sepé Chorou”, em parceria do poeta e apresentador Antonio Augusto Fagundes (Nico Fagundes).
Jorge Guedes também deixou sua marca, bem definida, no período que participou dos Festivais Nativistas, com gravações antológicas, onde sempre demonstrou a garra emanada pela voz forte e firme, como poucos. Entre essas obras, podemos citar: “Ringindo os bastos” (Justino Lopez/Jorge Guedes), campeã da I Aldeia da canção nativa de Gravataí, tendo ao palco Lucio Yanel e Gilberto Monteiro, no ano de 1996. Assim como “Pra entender quem canta assim” (João Sampaio/Jorge Guedes), do XIV festival de Santiago, com o maravilhoso time, unindo Lucio Yanel, Marcello Caminha e Diego Caminha no palco. Ou “Pra pastorejar a pátria” (João Sampaio/Jorge Guedes), cantando ao som de Lucio Yanel e Yamandu Costa. Já na Califórnia, cantou “Romance da potra-estrela” (Lauro Correa Simões/Luis Cardoso) e a maravilhosa obra (nunca gravada em seus trabalhos), “Gaúcho” (Jayme Caetano Braun/Talo Pereira), campeã da linha campeira do mesmo evento, em 1995, na XXIV Califórnia, com Lucio Yanel e Gilberto Monteiro ao palco.
Após a morte de César Passarinho (mestre e amigo) Jorge Guedes se desiludiu com os festivais, inclusive com o formato de concursos, para onde não pretende nunca mais retornar, sendo favorável com as mostras de artes, desprovidas de amadorismos, pressas nas composições, importâncias com o dinheiro (mais do que com a arte) e com as inimizades constantes nos festivais nativistas, geradas pelas disputas acirradas.
Após morar por muito tempo na cidade de Canoas-RS, onde nasceu sua filha mais velha Anahy Guedes, e onde cravou heranças culturais, com o surgimento de novos valores identificados também com a importância de cantar o povo, como: Luiz Pires, Cajarana (in memórian), Mauro Augusto, Diego Müller, Grupo Missões, Vaine Darde, etc. Retornou as Missões e ergue ao lado de sua casa um galpão, intitulado Galpão-Ameríndio-Guarany-Missioneiro “GALPÃO DOS ILUMINADOS”, um marco da terra vermelha, digno de entrar na Rota das Missões, tanto pelo valor histórico como pelo valor cultural. Ali se encontra (sem pretensões alguma de museu) objetos de Noel Guarany, Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá, Reduzino Malaquias, assim como regalos de Ramon Ayala, Telmo de Lima Freitas, Chaloy Jará, João Maximo, Reinaldo Malaquias, Zé Dutra, Luiz Carlos Borges, Gicela Mendes Ribeiro, João Sampaio, Yamandú Costa, Algacir Costa, etc. e etc. É tanta cultura que não tem valor. Galpão este, de construção simples, preparada para receber amigos e pensadores da arte, em toda a amplidão da palavra, que é a extensão da casa dos Guedes, onde todos se reúnem, onde todos cantam, tocam, estudam música, compõe, ou seja: fonte de inspiração inesgotável. Freqüentadores do “GALPÃO DOS ILUMINADOS” relatam que a energia emanada ali só se iguala a energia sentida ao entrar nas ruínas da catedral missioneira de São Miguel.
De 2003 à 2013 não gravou nenhum disco, mas junto de sua família participa de grandes espetáculos, como os 40 anos de morte de Che Guevara na Bolívia, festival del chamamé na Argentina, Encontro internacional de chamameceros em São Luiz Gonzaga, o Programa do Jô em São Paulo, Sr. Brasil com Rolando Boldrin, dentre outros.
Em 2013 junto de seus filhos Karaý Guedes, Andresito Guarany e San Pedro De La Acordeona, lança o novo CD , SEM TINTA,que retrata a vivência do homem de campo ,em sua forma mais original, destacando-se as músicas “Nego Betão”, escolhida pela crítica gaucha a melhor musica do ano, “Sem Tinta”, musica que dá nome ao CD e “Anjo e Flor”, musica que retrata o romantismo gaúcho.
Em 2004, numa das tantas charlas no galpão do Guedes, entre ele, Luiz Carlos Borges e Yamandu Costa, num dos retornos do Festival da Barranca, os três (num sopro silencioso de algum ancestral Cacique, Guarany ribeirinho) tiveram a luz e resolvem idealizar e organizar o “ENCONTRO DE CHAMAMECEROS”, evento único no Brasil, unindo os maiores nomes da cultura missioneira, indígena e chamamecera do mundo, em São Luiz Gonzaga, por onde já passaram nomes como Rudi y Nini Flores, Alejandro Brites, Raulito Barboza, Teresa Parodi, Los Ermanos Paraguayos, Ramon Ayala, Oscar dos Reis, Sérgio Reis, e muito mais, alguns tocando pela primeira vez no Rio Grande do Sul e no Brasil. Não é por nada que já é considerado o segundo maior evento do estilo no mundo, perdendo só para o evento chamamecero de Corrientes, terra do chamamé.

40 anos depois da morte de Che Guevara, na Bolívia, grupos de cantores, poetas, músicos, artistas, chefes de estado, pesquisadores, e simples admiradores diversos, se reuniram no mesmo local onde o mesmo foi executado, para evocar a alma desse ícone. Esta viagem única se contemplou com uma apresentação de artistas de todas as partes da América - latina, inclusive da Europa, em um estádio de futebol extremamente lotado, com bandeiras de diversos países e com a foto antológica do Che, feita por Alberto Korda em 1960, tremulando por todos os lados. Dos dois únicos representantes (de todo o Brasil) enviados a este evento, Jorge Guedes, com seus maravilhosos-jovens-filhos-músicos, com toda sua garra na voz, marca maior das ganas missioneiras, levantou o público ao interpretar “Por que será, Che Guevara?”, composição do próprio Guedes com o poeta, pesquisador e estudioso das culturas americanas e aborígenes José João Sampaio da Silva.

JorgeGuedes e Família vivem praticamente na estrada, realizando shows por todo o Brasil (como em PR e MS, aonde vão seguido e sempre, ou em SP e RJ, onde cada vez mais estão sendo requisitados para eventos). Seu itinerário de apresentações se alonga também, e cada vez mais, ao Paraguay e na Argentina, onde possui amigos fiéis e público fixo.

Seu show, hoje, é puramente de temas latino-americanos, principalmente chamameceros, com sucessos antigos de seus CDs, e com um time de músicos também dentro da integração latino-americana. Entre seu grupo de músicos estão, além de seus filhos, Anahy (violão e voz), Caray (violão 7 cordas e voz) San Pedro de la Cordeona (gaita cromática e gaita botoneira), Andresito Guarany (Acordeom Piano), participam: Zé Dutra (violão sete cordas e bandoneón), missioneiro criado na Argentina, neto de Reduzino Malaquias. Morales (violão), uruguaio, cantor e compositor. Raul Garnica (violão, quena, zamponia e bombo legueiro), argentino de Santiago Del Estero, morando atualmente em Foz do Iguaçu, no PR. Tiago Rossato (gaita botoneira), jovem gaiteiro paranaense, proprietário e técnico de estúdio de gravações, sendo várias vezes campeão nacional de gaita, junto com premiações no Rodeio de Vacaria, na mesma categoria. Carlos Acuña (violão e charango), argentino, músico, arranjador e compositor, fundador do grupo Los Acuña, se apresentando inclusive para o presidente dos EUA e para a Rainha da Inglaterra. Às vezes seus shows também recebem as PAYADAS de João Sampaio (Itaqui), Nélio Lopes (São Luiz Gonzaga) e Julio Fontela (Santo Antônio das Missões).
Seus filhos, cada vez mais preparados para os palcos da vida, são maravilhosos músicos, precoces e talentosíssimos, além de arranjadores vocais e instrumentais, ganhando aplausos dos mais seletos públicos do Brasil, como numa apresentação de Caray Guedes com Yamandu Costa no Teatro do RJ com a Orquestra sinfônica municipal (inclusive divulgada no site You Tube), numa apresentação digna de um teatro, realmente, tocando, em duo, o tema Chamamé de Yamandu Costa.
Caray Guedes, Anahy Guedes e Adriano Guedes também receberam a premiação de músicos mais populares do Festival nacional de música de Ribeirão Preto, em SP, neste ano, com um tema instrumental próprio deles.

            Em 2014, Guedes recebeu da assembléia legislativa do estado do Rio Grande Do Sul o prêmio Vitor Mateus Teixeira, na categoria de melhor compositor.
Jorge Guedes é um artista comprometido com a cultura e a riqueza histórica missioneira , expõem em suas obras a temática gaucha , retratando o homem autentico desta região do país, a cultura sul americana, como no trecho desta canção em parceria com João Sampaio.
Sou missioneiro nascido em São Luiz Gonzaga e não froxo o cabo da adaga, pra o taura mais caborteiro ,quando estou louco , me vou lá pra Bossoroca, arranco o diabo da toca e tiro pra meu companheiro.

Como bem frisou e sintetizou Antonio Augusto Fagundes em texto recente "Jorge Guedes não é mais um missioneiro a cantar sua terra e sua gente. Noel Guarany foi à voz privilegiada, como um sabiá campeiro cantando nas ruínas de São Miguel. Cenair Maicá foi à aguda consciência social e Jayme Caetano Braun foi e sempre será um dos sumos-sacerdotes desse culto. Ele, Jorge Guedes é um pouco de cada um dos seus predecessores. Ele é, ao mesmo tempo, o índio e o gaúcho - até na estampa, ele tem a poesia do Jayme, a voz de sino jesuítico do Noel e a consciência social de Cenair. Não tenho dúvida que ele é hoje um dos maiores artistas do Rio Grande do Sul. Ele é o passado, mas também o presente. E será, sobretudo, com sua talentosa família, o futuro.
Jorge Guedes é a voz forte, que canta opinando, que defende a cultura oprimida dos povos ameríndios, que traz a valentia, a coragem, e a indignação da sociedade


DISCOGRAFIA

1988 - A Volta do Missioneiro - (com Noel Guarany e João Maximo) Usa Discos











1989 - Terra Missioneira - Usa Discos

1994 - Paisagens de Fim de Tarde - Usa Discos
 

1997 - Porque será Che Guevara - Atração

1999 - De Boina e Alpargatas - Usa Discos

2003 - Das Missões às Cordilheiras - Independente












2013 - Sem Tinta - Acit













CONTATO
Empresário Principal
Vânia de Moraes Guedes
Tel.: 055-9946-5034 (vivo)
Tel.: 055-8162-3591 (TIM)


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