Jorge Procópio Ferreira Guedes, ou simplesmente JORGE GUEDES, tambem
conhecido como: Ìndio Missioneiro, hijo das Missões e das dores dos povos,
nascido no dia 13 de setembro de 1964 em São Luiz Gonzaga, terra de Sepé Tiaraju,
manancial de cultura missioneira, filho de Dona Idelina Ferreira Guedes (una
índia cruda) e de Francisco da Silva Guedes “Chico Guedes” (músico e gaiteiro). Irmão de músicos, filho de
músicos, tio de músicos, pai dos músicos: (Anahy Guedes, Caray Guedes, Andresito Guarany, e Adriano – San Pedro de La Cordeona (sobrinho que cria
como filho desde os 4 anos).
Guedes é um
cantor e compositor da Música Nativista, Missioneiro e
parceiro de arte de nomes como Noel Guarany, Jayme Caetano
Braun e
Cenair Maicá. É um dos
melhores cantores do Rio Grande do Sul, sendo um
divulgador da cultura missioneira em palcos nacionais e internacionais e além
de participar de inúmeros programas de grande notoriedade na TV Brasileira como
o Programa do Jô e Sr. Brasil com Rolando Boldrin entre outros.
É
mais que um músico, Guedes é um homem “de fora” preocupado com as mensagens e necessidades
de seu canto, junto com as proporções certas de onde o canto pode chegar, assim
como à importância que ele deve – e pode – deixar às pessoas que o escutam.
Guedes é versátil: além de cantor, guitarreiro e professor de violão, como
poucos, é gaiteiro nas horas de farra, produtor musical e arranjador,
compositor único e simples, evidenciando as mensagens das letras, além de
letrista uma que outra vez (principalmente em parceria com João Sampaio).
Jorge Guedes é
o filho mais novo de dez irmãos, seu pai Chico Guedes passou aos filhos o dom da música ,sendo que este
tocava o acordeon. Junto dos irmãos na adolescência, começou a tocar e cantar
bailes e demonstrar grande apreço pela musicalidade missioneira ,sendo
influenciado por grandes artistas como Noel Guarany, Cenair Maicá, Jayme Caetano
Braun, Telmo de Lima
Freitas e outros nomes,
que lhe despertaram grande admiração.
Na década de 80, fez parte por oito
anos do conjunto, Os Caranchos. No fim dos anos 80 conhece o cantor e
compositor, Noel Guarany, com o qual
juntamente com João Maximo lançam o LP, “A volta do Missioneiro” em 1988, aonde
interpretou sucessos como “Roda que
Roda” e “Na Baixada do Manduca”.
Sempre
comprometido com suas raízes missioneiras , lança em 1989 seu primeiro trabalho
solo ,o LP “Terra Missioneira”,
aonde se encontra canções como “Bagual
de Corredor”, “Os Olhos de
Minha Linda” em parceria com Noel Guarany e “Milonga do Maragato”, em parceria com
João Sampaio que viria à ser
mais tarde um de seus maiores parceiros.
Em 1994 lança o
LP, “Paisagens de Fim de Tarde”,
no qual recebeu o prêmio de melhor capa do ano, trazendo novos sucessos como “Lida de Costeiro”, regravada pelo
conjunto, Os Serranos, também a
canção “Sentado sobre um Arreio”,
regravada pelo cantor e compositor Porca Véia e a interpretação do
clássico gaúcho de João Sampaio
e Elton Saldanha, “Entrando no bororé”.
Três anos
depois lança o CD, “Porque será Che
Guevara”, trabalho de
grande teor intelectual e apelo social, que está presente no memorial de Che Guevara em Cuba. Neste CD além da homenagem ao revolucionário ,também há
homenagens para nomes como Raul Seixas, Atahualpa
Yupanqui, Andrés Guazurary
e Sepé Tiaraju.
Em 1999 lança
seu quinto trabalho, “De Boina e
Alpargatas”, em que se destacam as músicas “Costeira”, “Aqui são
Outros Quinhentos” e “Estampa
Caudilha”, regravação do LP “Paisagens
de Fim de Tarde”.
Em 2003 lança
de forma independente um CD emblemático e de grande identidade cultural,“Das Missões às Cordilheiras”, tendo
feito uma viagem até o Perú, com o intuito de ter um embasamento
maior sobre o resgate histórico do trabalho. Destacam-se as musicas “Por uma Pátria de Todos”, “Pra Pastorejar a Pátria” e “Sepé Chorou”, em parceria do poeta e
apresentador Antonio Augusto Fagundes
(Nico Fagundes).
Jorge Guedes também deixou sua marca, bem definida, no
período que participou dos Festivais Nativistas, com gravações antológicas,
onde sempre demonstrou a garra emanada pela voz forte e firme, como poucos.
Entre essas obras, podemos citar: “Ringindo os bastos” (Justino Lopez/Jorge
Guedes), campeã da I Aldeia da canção nativa de Gravataí, tendo ao palco Lucio
Yanel e Gilberto Monteiro, no ano de 1996. Assim como “Pra entender quem canta
assim” (João Sampaio/Jorge Guedes), do XIV festival de Santiago, com o
maravilhoso time, unindo Lucio Yanel, Marcello Caminha e Diego Caminha no
palco. Ou “Pra pastorejar a pátria” (João Sampaio/Jorge Guedes), cantando ao
som de Lucio Yanel e Yamandu Costa. Já na Califórnia, cantou “Romance da
potra-estrela” (Lauro Correa Simões/Luis Cardoso) e a maravilhosa obra (nunca
gravada em seus trabalhos), “Gaúcho” (Jayme Caetano Braun/Talo Pereira), campeã
da linha campeira do mesmo evento, em 1995, na XXIV Califórnia, com Lucio Yanel
e Gilberto Monteiro ao palco.
Após
a morte de César Passarinho (mestre e amigo) Jorge Guedes se desiludiu com os
festivais, inclusive com o formato de concursos, para onde não pretende nunca
mais retornar, sendo favorável com as mostras de artes, desprovidas de
amadorismos, pressas nas composições, importâncias com o dinheiro (mais do que
com a arte) e com as inimizades constantes nos festivais nativistas, geradas
pelas disputas acirradas.
Após
morar por muito tempo na cidade de Canoas-RS, onde nasceu sua filha mais velha
Anahy Guedes, e onde cravou heranças culturais, com o surgimento de novos
valores identificados também com a importância de cantar o povo, como: Luiz
Pires, Cajarana (in memórian), Mauro Augusto, Diego Müller, Grupo Missões,
Vaine Darde, etc. Retornou as Missões e ergue ao lado de sua casa um galpão,
intitulado Galpão-Ameríndio-Guarany-Missioneiro “GALPÃO DOS ILUMINADOS”,
um marco da terra vermelha, digno de entrar na Rota das Missões, tanto pelo
valor histórico como pelo valor cultural. Ali se encontra (sem pretensões
alguma de museu) objetos de Noel Guarany, Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá,
Reduzino Malaquias, assim como regalos de Ramon Ayala, Telmo de Lima Freitas,
Chaloy Jará, João Maximo, Reinaldo Malaquias, Zé Dutra, Luiz Carlos Borges,
Gicela Mendes Ribeiro, João Sampaio, Yamandú Costa, Algacir Costa, etc. e etc.
É tanta cultura que não tem valor. Galpão este, de construção simples,
preparada para receber amigos e pensadores da arte, em toda a amplidão da palavra,
que é a extensão da casa dos Guedes, onde todos se reúnem, onde todos cantam,
tocam, estudam música, compõe, ou seja: fonte de inspiração inesgotável.
Freqüentadores do “GALPÃO DOS ILUMINADOS” relatam que a energia emanada ali só
se iguala a energia sentida ao entrar nas ruínas da catedral missioneira de São
Miguel.
De 2003 à 2013 não gravou nenhum disco, mas junto de sua família participa de
grandes espetáculos, como os 40 anos de morte de Che Guevara na Bolívia, festival del chamamé na Argentina, Encontro internacional de chamameceros em São Luiz Gonzaga, o Programa do Jô em São Paulo, Sr. Brasil com Rolando Boldrin, dentre
outros.
Em 2013 junto
de seus filhos Karaý Guedes, Andresito Guarany e San Pedro De La Acordeona,
lança o novo CD , SEM TINTA,que
retrata a vivência do homem de campo ,em sua forma mais original,
destacando-se as músicas “Nego Betão”,
escolhida pela crítica gaucha a melhor musica do ano, “Sem Tinta”, musica que dá nome ao CD e “Anjo
e Flor”, musica que retrata o romantismo gaúcho.
Em
2004, numa das tantas charlas no galpão do Guedes, entre ele, Luiz Carlos
Borges e Yamandu Costa, num dos retornos do Festival da Barranca, os três (num
sopro silencioso de algum ancestral Cacique, Guarany ribeirinho) tiveram a luz
e resolvem idealizar e organizar o “ENCONTRO DE CHAMAMECEROS”, evento único no
Brasil, unindo os maiores nomes da cultura missioneira, indígena e chamamecera
do mundo, em São Luiz Gonzaga, por onde já passaram nomes como Rudi y Nini
Flores, Alejandro Brites, Raulito Barboza, Teresa Parodi, Los Ermanos
Paraguayos, Ramon Ayala, Oscar dos Reis, Sérgio Reis, e muito mais, alguns
tocando pela primeira vez no Rio Grande do Sul e no Brasil. Não é por nada que
já é considerado o segundo maior evento do estilo no mundo, perdendo só para o
evento chamamecero de Corrientes, terra do chamamé.
40
anos depois da morte de Che Guevara, na Bolívia, grupos de cantores, poetas,
músicos, artistas, chefes de estado, pesquisadores, e simples admiradores
diversos, se reuniram no mesmo local onde o mesmo foi executado, para evocar a
alma desse ícone. Esta viagem única se contemplou com uma apresentação de
artistas de todas as partes da América - latina, inclusive da Europa, em um
estádio de futebol extremamente lotado, com bandeiras de diversos países e com
a foto antológica do Che, feita por Alberto Korda em 1960, tremulando por todos
os lados. Dos dois únicos
representantes (de todo o Brasil) enviados a este evento, Jorge Guedes, com
seus maravilhosos-jovens-filhos-músicos, com toda sua garra na voz, marca maior
das ganas missioneiras, levantou o público ao interpretar “Por que será, Che
Guevara?”, composição do próprio Guedes com o poeta, pesquisador e estudioso
das culturas americanas e aborígenes José João Sampaio da Silva.
JorgeGuedes e Família vivem praticamente na estrada, realizando shows por todo o
Brasil (como em PR e MS, aonde vão seguido e sempre, ou em SP e RJ, onde cada
vez mais estão sendo requisitados para eventos). Seu itinerário de
apresentações se alonga também, e cada vez mais, ao Paraguay e na Argentina,
onde possui amigos fiéis e público fixo.
Seu
show, hoje, é puramente de temas latino-americanos, principalmente
chamameceros, com sucessos antigos de seus CDs, e com um time de músicos também
dentro da integração latino-americana. Entre seu grupo de músicos estão, além
de seus filhos, Anahy (violão e
voz), Caray (violão 7 cordas e voz) San Pedro de la Cordeona (gaita
cromática e gaita botoneira), Andresito Guarany (Acordeom Piano), participam: Zé Dutra (violão sete cordas e bandoneón), missioneiro criado na
Argentina, neto de Reduzino Malaquias. Morales
(violão), uruguaio, cantor e compositor. Raul
Garnica (violão, quena, zamponia e bombo legueiro), argentino de Santiago Del
Estero, morando atualmente em Foz do Iguaçu, no PR. Tiago Rossato (gaita botoneira), jovem gaiteiro paranaense,
proprietário e técnico de estúdio de gravações, sendo várias vezes campeão
nacional de gaita, junto com premiações no Rodeio de Vacaria, na mesma
categoria. Carlos Acuña (violão e
charango), argentino, músico, arranjador e compositor, fundador do grupo Los
Acuña, se apresentando inclusive para o presidente dos EUA e para a Rainha da
Inglaterra. Às vezes seus shows também recebem as PAYADAS de João Sampaio
(Itaqui), Nélio Lopes (São Luiz
Gonzaga) e Julio Fontela (Santo
Antônio das Missões).
Seus
filhos, cada vez mais preparados para os palcos da vida, são maravilhosos
músicos, precoces e talentosíssimos, além de arranjadores vocais e
instrumentais, ganhando aplausos dos mais seletos públicos do Brasil, como numa
apresentação de Caray Guedes com Yamandu Costa no Teatro do RJ com a Orquestra
sinfônica municipal (inclusive divulgada no site You Tube), numa apresentação
digna de um teatro, realmente, tocando, em duo, o tema Chamamé de Yamandu
Costa.
Caray Guedes,
Anahy Guedes e Adriano Guedes também receberam a premiação de músicos mais
populares do Festival nacional de música de Ribeirão Preto, em SP, neste ano,
com um tema instrumental próprio deles.
Em 2014, Guedes recebeu da
assembléia legislativa do estado do Rio Grande Do Sul o prêmio Vitor Mateus
Teixeira, na categoria
de melhor compositor.
Jorge Guedes é
um artista comprometido com a cultura e a riqueza histórica missioneira ,
expõem em suas obras a temática gaucha , retratando o homem autentico desta
região do país, a cultura sul americana, como no trecho
desta canção em parceria com João Sampaio.
Sou missioneiro nascido em São Luiz Gonzaga e não froxo o cabo da adaga,
pra o taura mais caborteiro ,quando estou louco , me vou lá pra Bossoroca, arranco o diabo da toca e tiro pra meu companheiro.
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Como bem frisou e sintetizou Antonio Augusto Fagundes em
texto recente "Jorge Guedes não é mais um missioneiro a cantar sua terra e
sua gente. Noel Guarany foi à voz privilegiada, como um sabiá campeiro cantando
nas ruínas de São Miguel. Cenair Maicá foi à aguda consciência social e Jayme
Caetano Braun foi e sempre será um dos sumos-sacerdotes desse culto. Ele, Jorge
Guedes é um pouco de cada um dos seus predecessores. Ele é, ao mesmo tempo, o
índio e o gaúcho - até na estampa, ele tem a poesia do Jayme, a voz de sino
jesuítico do Noel e a consciência social de Cenair. Não tenho dúvida que ele é
hoje um dos maiores artistas do Rio Grande do Sul. Ele é o passado, mas também
o presente. E será, sobretudo, com sua talentosa família, o futuro.
Jorge Guedes é a voz forte, que
canta opinando, que defende a cultura oprimida dos povos ameríndios, que traz a
valentia, a coragem, e a indignação da sociedade
DISCOGRAFIA
2003 - Das Missões às Cordilheiras - Independente
CONTATO
Empresário
Principal
Vânia de Moraes
Guedes
Tel.: 055-9946-5034 (vivo)
Tel.: 055-8162-3591 (TIM)
FONTE:
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