“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

sábado, 28 de fevereiro de 2015

MANO LIMA o "FILÓSOFO DOS PAMPAS"

Mano Lima

Mario Rubens Batanolli de Lima, nome artístico ManoLima, também conhecido como "filósofo dos pampas" nasceu na localidade de Bororé, na época pertencente ao município de Itaqui - atual Maçambará - em 26 de Agosto de 1953, é cantor, instrumentista e compositor de música gaúcha nativista.
       Ao chegar em São Borja, RS, vindo do Bororé, RS, conheceu Aparício Silva Rillo, em uma estância onde trabalhava e isso mudou a vida de Mano Lima. Sobre este episódio Mano Lima disse certa vez:“Eu queria conhecer o Rillo fazia tempo. Um dia assei um churrasco pra ele numa estância em que trabalhava e nos conhecemos”. Mano Lima tem Rillo como um homem iluminado, uma pessoa que tinha um grande coração e exemplo de ser humano. Foi Rillo que o conduziu ao mundo discográfico. Rillo dizia "Mano Lima é uma verdade", o que o deixava muito feliz.
Mano Lima participou do grupo Amador de Artes Os Angüeras, de 1985 a 1988 e recebeu todo apoio e incentivo para iniciar seu trabalho artístico. Além de Aparício Silva Rillo, Mano Lima também cita Gildo de Freitas como artistas que influenciaram na sua música.
“A terra é tão importante, que cada gaúcho que se preze devia levar um punhado dela dentro do bolso da bombacha”. Esta frase é de Mano Lima – e sintetiza o sentimento de amor a terra pelos gaúchos.

Caracteriza-se principalmente, em suas composições e canções, por sua irreverência e pelo uso de um linguajar rústico, próprio do gaúcho nascido e criado no interior. Suas músicas têm como instrumento principal uma gaita de botão, que ele mesmo toca.
É casado com Draziele de Castro de Menezes. Torcedor e Consul do Sport Clube Internacional.

Gaúcho que canta e defende o Rio Grande do Sul, recebeu o apelido de "Filósofo dos Pampas" devido a suas composições.
Mano, antes de viver da música era domador e tropeiro. Hoje não doma mais, apenas “ajeita a boca de alguns potro” pelos campos do Rio Grande, e diz que foi graças a gaita que toca, que deixou de ser tropeiro e passou a ser patrão.
       Seu 1º LP foi gravado graças ao patrocínio do Grupo Costaneira da cidade de São Borja, RS, gravado pelo selo Nova Trilha de Porto Alegre-RS, sob o título de "Troveiro do M’Bororé". Já neste primeiro trabalho alcançou estrondoso sucesso, principalmente com a composição “Como é que eu tô nesse corpo”.
        Posteriormente, foi contratado pela gravadora RGE de São Paulo, onde gravou: "To de Volta" (1991), "Campo a Fora" (1993), "Com Casca e Tudo" (1995), "Estouro de Tropa" (1996) e "Alma de Tropeiro" (1988). Com o fim dos trabalhos da RGE, foi contratado pela gravadora Acit de Caxias do Sul-RS, gravando os seguintes CDs: "A Fina Flor da Grossura" (2000), "Quando eu crescer" (2002), "Um homem fora do seu tempo" (2004), "Meu Universo" (2005), "Homem da Terra" (2007), "Destino da Gente" (2008).
        Depois, Com uma ausência do mercado fonográfico que já se aproximava de 4 anos,  e que deixou os seus fãs ávidos por novidades, no caso de Mano Lima, estamos falando de devoção, reverência, admiração incondicional. 4 anos são praticamente uma eternidade.
Então, agora pela Gravadora Vertical, lançou em 2012, seu mais recente trabalho, o CD duplo intitulado "Batendo Estribo".
São 22 obras de uma essência campeira e bagual que não tem paralelos na música gaúcha recente. Temáticas que dizem respeito ao peculiar e rico universo de Mano Lima, um artista que vive intensamente cada linha que canta ou declama.
E quem conhece Mano Lima sabe que cada uma de suas performances merece relato e interpretação. Cada canção renderia, tranquilamente, um curta-metragem.

"...Putututututu, temo domando, Temo aprendendo, temo ensinando..."

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Hoje levantei cedo demais
Senti saudade tua meu pai
Olhei pra cadeira onde mateava, tava vazia
E um silêncio tomou conta de mim
Quando na cabeceira da mesa
Tu também não tava
Então lembrei de minha infância
Não só do grande pai
Mas também do grande amigo
Do carinho que tu me dava
De teus ensinamentos
Que no momento nem tanto me importava
Mas era em ti que eu me espelhava
Agarradito em tuas bombacha foi que aprendi a ser homem
Aprendi a ser humilde pra não ser humilhado
Ser amigo dos amigos
Respeitar pra ser respeitado
Me ensinou a ter coragem para dominar meus próprios impulsos
E procurar tar sempre com a verdade do lado
Pois o mal só reponta os fracos
E esses por si já são derrotados
Não te preocupa com o que pensam de ti
Mas e sim com tua consciência
O homem é o que é
E não aquilo que qualquer um pensa
Tenha capricho em tuas atitudes
Como um pingo bem encilhado
Te não tenha medo de pedir desculpa quando estiver errado
E sempre que puder perdoar, perdoe
Sem se sentir derrotado
Pois feliz o homem, que tal a grandeza, que cruzou por cima do pecado
Não tenha vergonha de ter terra nas unhas
Mas a alma limpa como a vertente de um lajeado
Tenha compromisso, seja honesto, trabalhador
Justo e agradecido
E quanto mais longe for
Mais se lembre de onde tenha saído
Por mais que tenha vencido
Nunca cruze por cima
De quem tivesse caído
Pois mais vale um homem desarmado
Do que uma arma sem homem
Mais vale um pobre coitado do que um coitado de alma pobre
Na fumaça de um fogo de chão
Do velho galpão onde nós mateava
Ficou curtido o que tu me passava
Como a rainha de minha lembrança
Pra curar esta ferida
Pois tenha certeza meu velho
Que teus ensinamentos que me ajudaram
A conquistar um espaço na vida
Hoje levantei cedo demais
Pra pelo menos em pensamento
Matear contigo meu pai
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DISCOGRAFIA:
1989 - Troveiro do M'Bororé - NOVA TRILHA










1991 - Tô de Volta - RGE










































































2005 - Meu Universo - ACIT

2007 - Homem da Terra - ACIT
























2012 - Batendo estribo - VERTICAL
 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

DIA NACIONAL DO IMIGRANTE ITALIANO



2007 testemunhou um episódio que o marcou definitivamente como um ano emblemático. Ao menos para uma parcela considerável dos 30 milhões de descendentes de italianos que vivem no Brasil. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou em caráter conclusivo, em uma derradeira reunião do período legislativo, o relatório favorável do Deputado Silvinho Peccioli (Democratas/SP) ao projeto de autoria do Senador Gérson Camata (PMDB/ES), instituindo oficialmente no país o Dia Nacional do Imigrante Italiano.
Uma data comemorativa tem a exata dimensão do que representa. Não altera o cotidiano e a realidade das pessoas. No entanto, a sua importância simbólica reside no fato de que determina uma referência, uma espécie de ponto de convergência, a partir do qual, o resgate histórico de um processo como o da imigração italiana, passa a ter condições de ser mais valorizado, mais respeitado, mais reverenciado, justifica, Senador Gérson Camata (PMDB/ES),

*Senador Gérson Camata, autor do projeto, e o Deputado Silvinho Peccioli, relator do parecer aprovado na Câmara em caráter conclusivo.


21 de fevereiro de 2011
Art. 1º É instituído o “Dia Nacional do Imigrante Italiano” a ser anualmente comemorado no dia 21 de fevereiro, em todo o território nacional.

- De acordo com dados estimados da Embaixada da Itália no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de italianos, sendo que grande parte concentrada nas regiões sul e sudeste.
- Entre os séculos XIX e XX, cerca de 1,5 milhões de imigrantes italianos vieram residir no Brasil.
“A data é uma homenagem ao imigrante italiano que, vindo de terras distantes, engajou-se nas nossas lutas, fez prosperar cidades, construiu escolas, igrejas, restaurantes, hospitais e cultivou a terra. Em busca de novos horizontes, famílias inteiras trouxeram seus hábitos, seus costumes, sua religiosidade, a sua formação profissional enriqueceu a nossa cultura”, destaca o texto do Italia Oggi.
Segundo o site Brasil na Itália, o Brasil é o maior país com raízes italianas no mundo. São 31 milhões de descendentes de acordo com o Dossiê Estatístico Imigração Caritas/Migrantes.

Cartaz promove a imigração para o Brasil. “Venham construir os seus sonhos com a família. Um país de oportunidade. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês poderão ter o seu castelo. O governo dá terras e utensílios a todos.”
Em 1850, o Brasil encarava dificuldades quanto a uma mão-de-obra especializada, basicamente a força de trabalho era formada por escravos e neste mesmo ano, seria adotada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro.
O governo brasileiro tomou conhecimento que levas de imigrantes europeus estavam partindo para os Estados Unidos, Austrália, a própria América do Sul, levando na bagagem um sonho de uma vida melhor, foi quando o mesmo interessou-se em trazer estas levas ao Brasil.
A primeira leva de imigrantes italianos vinda ao Brasil aconteceu em 1874, porém a imigração só foi oficializada, em 1875. A travessia do Atlântico, em velhos navios, era dramática, um jogo no escuro: tudo podia correr bem, mais ou menos, ou mal. Mortes de pessoas, na travessia, eram comuns. Naufrágios, também, não raro aconteciam. De qualquer forma, os “Quaranta sei giorni di macchina e vapore” constituíam uma angústia e um medo só.
A primeira viagem de imigrantes italianos para o Brasil aconteceu no dia 3 de janeiro de 1874, às 13 horas, quando partiram do Porto de Gênova, em um navio à vela, o “La Sofia”, na expedição Tabacchi, e a segunda pelo ” Rivadávia”, ambos de bandeira francesa. O “Sofia” chegou ao Brasil em 21 de fevereiro de 1874, 386 famílias, para as terras de Pietro Tabacchi, em Santa Cruz. Segundo o sociólogo italiano Renzo M. Grosselli, a Expedição de Pietro Tabachi, foi o primeiro caso de partida em massa de imigrantes da região norte da Itália para o Brasil. O nome da colônia criada no Espírito Santo, pelo Governo Brasileiro, chamava-se Nova Trento.
Podemos dizer que Santa Cruz foi o berço da Imigração italiana no Brasil.
No Brasil, os emigrantes se dirigiram para os Estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E os Estados do Sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Aqui fundaram pedaços da Itália: Nova Roma, Nova Vicenza, Nova Veneza, Nova Trento, Novo Treviso, Nova Pádua, Nova Údine, Vale Veneto, etc.

Interessante notar que se trata de um único passaporte para toda a família. Muitas famílias de imigrantes eram numerosas, com a da foto. Mas também havia casais com um ou dois filhos, homens casados sem a família (que viria depois) e jovens solteiros.
Os emigrantes italianos, com sua saída, permitiram o progresso da Itália, diminuindo a população e fazendo sobrar alimento para os que ficaram. Recomeçando sua vida no meio do mato e entre animais ferozes, e com falta de tudo, ainda enviavam tanto dinheiro aos parentes no “Paese” de origem, que o Ministro das Finanças da Itália considerou essas remessas um “ruscello d`oro”, um filete de ouro.
Porém, a Itália só ultimamente começou a se interessar por seus filhos “all`estero” (no estrangeiro), calculados em 20.000.000, a maioria vivendo no Brasil. Os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália.

Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões de procedência
período 1876/1920

Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sicília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lázio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
Total 1.243.633


FONTE:
www.italiaoggi.com

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

JORGE GUEDES, A VERDADEIRA EXPRESSÃO DO GAÚCHO


Jorge Procópio Ferreira Guedes, ou simplesmente JORGE GUEDES, tambem conhecido como: Ìndio Missioneiro, hijo das Missões e das dores dos povos, nascido no dia 13 de setembro de 1964 em São Luiz Gonzaga, terra de Sepé Tiaraju, manancial de cultura missioneira, filho de Dona Idelina Ferreira Guedes (una índia cruda) e de Francisco da Silva Guedes “Chico Guedes” (músico e gaiteiro). Irmão de músicos, filho de músicos, tio de músicos, pai dos músicos: (Anahy Guedes, Caray Guedes, Andresito Guarany, e Adriano – San Pedro de La Cordeona (sobrinho que cria como filho desde os 4 anos).
Guedes é um cantor e compositor da Música Nativista, Missioneiro e parceiro de arte de nomes como Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá. É um dos melhores cantores do Rio Grande do Sul, sendo um divulgador da cultura missioneira em palcos nacionais e internacionais e além de participar de inúmeros programas de grande notoriedade na TV Brasileira como o Programa do Jô e Sr. Brasil com Rolando Boldrin entre outros.
É mais que um músico, Guedes é um homem “de fora” preocupado com as mensagens e necessidades de seu canto, junto com as proporções certas de onde o canto pode chegar, assim como à importância que ele deve – e pode – deixar às pessoas que o escutam. Guedes é versátil: além de cantor, guitarreiro e professor de violão, como poucos, é gaiteiro nas horas de farra, produtor musical e arranjador, compositor único e simples, evidenciando as mensagens das letras, além de letrista uma que outra vez (principalmente em parceria com João Sampaio).

BIOGRAFIA
Jorge Guedes é o filho mais novo de dez irmãos, seu pai Chico Guedes passou aos filhos o dom da música ,sendo que este tocava o acordeon. Junto dos irmãos na adolescência, começou a tocar e cantar bailes e demonstrar grande apreço pela musicalidade missioneira ,sendo influenciado por grandes artistas como Noel Guarany, Cenair Maicá, Jayme Caetano Braun, Telmo de Lima Freitas e outros nomes, que lhe despertaram grande admiração.
Na década de 80, fez parte por oito anos do conjunto, Os Caranchos. No fim dos anos 80 conhece o cantor e compositor, Noel Guarany, com o qual juntamente com João Maximo lançam o LP, “A volta do Missioneiro” em 1988, aonde interpretou sucessos como “Roda que Roda” e “Na Baixada do Manduca”.
Sempre comprometido com suas raízes missioneiras , lança em 1989 seu primeiro trabalho solo ,o LP “Terra Missioneira”, aonde se encontra canções como “Bagual de Corredor”, “Os Olhos de Minha Linda” em parceria com Noel Guarany e “Milonga do Maragato”, em parceria com João Sampaio que viria à ser mais tarde um de seus maiores parceiros.
Em 1994 lança o LP, “Paisagens de Fim de Tarde”, no qual recebeu o prêmio de melhor capa do ano, trazendo novos sucessos como “Lida de Costeiro”, regravada pelo conjunto, Os Serranos, também a canção “Sentado sobre um Arreio”, regravada pelo cantor e compositor Porca Véia e a interpretação do clássico gaúcho de João Sampaio e Elton Saldanha, “Entrando no bororé”.
Três anos depois lança o CD, “Porque será Che Guevara”, trabalho de grande teor intelectual e apelo social, que está presente no memorial de Che Guevara em Cuba. Neste CD além da homenagem ao revolucionário ,também há homenagens para nomes como Raul Seixas, Atahualpa Yupanqui, Andrés Guazurary e Sepé Tiaraju.
Em 1999 lança seu quinto trabalho, “De Boina e Alpargatas”, em que se destacam as músicas “Costeira”, “Aqui são Outros Quinhentos” e “Estampa Caudilha”, regravação do LP “Paisagens de Fim de Tarde”.
Em 2003 lança de forma independente um CD emblemático e de grande identidade cultural,“Das Missões às Cordilheiras”, tendo feito uma viagem até o Perú, com o intuito de ter um embasamento maior sobre o resgate histórico do trabalho. Destacam-se as musicas “Por uma Pátria de Todos”, “Pra Pastorejar a Pátria” e “Sepé Chorou”, em parceria do poeta e apresentador Antonio Augusto Fagundes (Nico Fagundes).
Jorge Guedes também deixou sua marca, bem definida, no período que participou dos Festivais Nativistas, com gravações antológicas, onde sempre demonstrou a garra emanada pela voz forte e firme, como poucos. Entre essas obras, podemos citar: “Ringindo os bastos” (Justino Lopez/Jorge Guedes), campeã da I Aldeia da canção nativa de Gravataí, tendo ao palco Lucio Yanel e Gilberto Monteiro, no ano de 1996. Assim como “Pra entender quem canta assim” (João Sampaio/Jorge Guedes), do XIV festival de Santiago, com o maravilhoso time, unindo Lucio Yanel, Marcello Caminha e Diego Caminha no palco. Ou “Pra pastorejar a pátria” (João Sampaio/Jorge Guedes), cantando ao som de Lucio Yanel e Yamandu Costa. Já na Califórnia, cantou “Romance da potra-estrela” (Lauro Correa Simões/Luis Cardoso) e a maravilhosa obra (nunca gravada em seus trabalhos), “Gaúcho” (Jayme Caetano Braun/Talo Pereira), campeã da linha campeira do mesmo evento, em 1995, na XXIV Califórnia, com Lucio Yanel e Gilberto Monteiro ao palco.
Após a morte de César Passarinho (mestre e amigo) Jorge Guedes se desiludiu com os festivais, inclusive com o formato de concursos, para onde não pretende nunca mais retornar, sendo favorável com as mostras de artes, desprovidas de amadorismos, pressas nas composições, importâncias com o dinheiro (mais do que com a arte) e com as inimizades constantes nos festivais nativistas, geradas pelas disputas acirradas.
Após morar por muito tempo na cidade de Canoas-RS, onde nasceu sua filha mais velha Anahy Guedes, e onde cravou heranças culturais, com o surgimento de novos valores identificados também com a importância de cantar o povo, como: Luiz Pires, Cajarana (in memórian), Mauro Augusto, Diego Müller, Grupo Missões, Vaine Darde, etc. Retornou as Missões e ergue ao lado de sua casa um galpão, intitulado Galpão-Ameríndio-Guarany-Missioneiro “GALPÃO DOS ILUMINADOS”, um marco da terra vermelha, digno de entrar na Rota das Missões, tanto pelo valor histórico como pelo valor cultural. Ali se encontra (sem pretensões alguma de museu) objetos de Noel Guarany, Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá, Reduzino Malaquias, assim como regalos de Ramon Ayala, Telmo de Lima Freitas, Chaloy Jará, João Maximo, Reinaldo Malaquias, Zé Dutra, Luiz Carlos Borges, Gicela Mendes Ribeiro, João Sampaio, Yamandú Costa, Algacir Costa, etc. e etc. É tanta cultura que não tem valor. Galpão este, de construção simples, preparada para receber amigos e pensadores da arte, em toda a amplidão da palavra, que é a extensão da casa dos Guedes, onde todos se reúnem, onde todos cantam, tocam, estudam música, compõe, ou seja: fonte de inspiração inesgotável. Freqüentadores do “GALPÃO DOS ILUMINADOS” relatam que a energia emanada ali só se iguala a energia sentida ao entrar nas ruínas da catedral missioneira de São Miguel.
De 2003 à 2013 não gravou nenhum disco, mas junto de sua família participa de grandes espetáculos, como os 40 anos de morte de Che Guevara na Bolívia, festival del chamamé na Argentina, Encontro internacional de chamameceros em São Luiz Gonzaga, o Programa do Jô em São Paulo, Sr. Brasil com Rolando Boldrin, dentre outros.
Em 2013 junto de seus filhos Karaý Guedes, Andresito Guarany e San Pedro De La Acordeona, lança o novo CD , SEM TINTA,que retrata a vivência do homem de campo ,em sua forma mais original, destacando-se as músicas “Nego Betão”, escolhida pela crítica gaucha a melhor musica do ano, “Sem Tinta”, musica que dá nome ao CD e “Anjo e Flor”, musica que retrata o romantismo gaúcho.
Em 2004, numa das tantas charlas no galpão do Guedes, entre ele, Luiz Carlos Borges e Yamandu Costa, num dos retornos do Festival da Barranca, os três (num sopro silencioso de algum ancestral Cacique, Guarany ribeirinho) tiveram a luz e resolvem idealizar e organizar o “ENCONTRO DE CHAMAMECEROS”, evento único no Brasil, unindo os maiores nomes da cultura missioneira, indígena e chamamecera do mundo, em São Luiz Gonzaga, por onde já passaram nomes como Rudi y Nini Flores, Alejandro Brites, Raulito Barboza, Teresa Parodi, Los Ermanos Paraguayos, Ramon Ayala, Oscar dos Reis, Sérgio Reis, e muito mais, alguns tocando pela primeira vez no Rio Grande do Sul e no Brasil. Não é por nada que já é considerado o segundo maior evento do estilo no mundo, perdendo só para o evento chamamecero de Corrientes, terra do chamamé.

40 anos depois da morte de Che Guevara, na Bolívia, grupos de cantores, poetas, músicos, artistas, chefes de estado, pesquisadores, e simples admiradores diversos, se reuniram no mesmo local onde o mesmo foi executado, para evocar a alma desse ícone. Esta viagem única se contemplou com uma apresentação de artistas de todas as partes da América - latina, inclusive da Europa, em um estádio de futebol extremamente lotado, com bandeiras de diversos países e com a foto antológica do Che, feita por Alberto Korda em 1960, tremulando por todos os lados. Dos dois únicos representantes (de todo o Brasil) enviados a este evento, Jorge Guedes, com seus maravilhosos-jovens-filhos-músicos, com toda sua garra na voz, marca maior das ganas missioneiras, levantou o público ao interpretar “Por que será, Che Guevara?”, composição do próprio Guedes com o poeta, pesquisador e estudioso das culturas americanas e aborígenes José João Sampaio da Silva.

JorgeGuedes e Família vivem praticamente na estrada, realizando shows por todo o Brasil (como em PR e MS, aonde vão seguido e sempre, ou em SP e RJ, onde cada vez mais estão sendo requisitados para eventos). Seu itinerário de apresentações se alonga também, e cada vez mais, ao Paraguay e na Argentina, onde possui amigos fiéis e público fixo.

Seu show, hoje, é puramente de temas latino-americanos, principalmente chamameceros, com sucessos antigos de seus CDs, e com um time de músicos também dentro da integração latino-americana. Entre seu grupo de músicos estão, além de seus filhos, Anahy (violão e voz), Caray (violão 7 cordas e voz) San Pedro de la Cordeona (gaita cromática e gaita botoneira), Andresito Guarany (Acordeom Piano), participam: Zé Dutra (violão sete cordas e bandoneón), missioneiro criado na Argentina, neto de Reduzino Malaquias. Morales (violão), uruguaio, cantor e compositor. Raul Garnica (violão, quena, zamponia e bombo legueiro), argentino de Santiago Del Estero, morando atualmente em Foz do Iguaçu, no PR. Tiago Rossato (gaita botoneira), jovem gaiteiro paranaense, proprietário e técnico de estúdio de gravações, sendo várias vezes campeão nacional de gaita, junto com premiações no Rodeio de Vacaria, na mesma categoria. Carlos Acuña (violão e charango), argentino, músico, arranjador e compositor, fundador do grupo Los Acuña, se apresentando inclusive para o presidente dos EUA e para a Rainha da Inglaterra. Às vezes seus shows também recebem as PAYADAS de João Sampaio (Itaqui), Nélio Lopes (São Luiz Gonzaga) e Julio Fontela (Santo Antônio das Missões).
Seus filhos, cada vez mais preparados para os palcos da vida, são maravilhosos músicos, precoces e talentosíssimos, além de arranjadores vocais e instrumentais, ganhando aplausos dos mais seletos públicos do Brasil, como numa apresentação de Caray Guedes com Yamandu Costa no Teatro do RJ com a Orquestra sinfônica municipal (inclusive divulgada no site You Tube), numa apresentação digna de um teatro, realmente, tocando, em duo, o tema Chamamé de Yamandu Costa.
Caray Guedes, Anahy Guedes e Adriano Guedes também receberam a premiação de músicos mais populares do Festival nacional de música de Ribeirão Preto, em SP, neste ano, com um tema instrumental próprio deles.

            Em 2014, Guedes recebeu da assembléia legislativa do estado do Rio Grande Do Sul o prêmio Vitor Mateus Teixeira, na categoria de melhor compositor.
Jorge Guedes é um artista comprometido com a cultura e a riqueza histórica missioneira , expõem em suas obras a temática gaucha , retratando o homem autentico desta região do país, a cultura sul americana, como no trecho desta canção em parceria com João Sampaio.
Sou missioneiro nascido em São Luiz Gonzaga e não froxo o cabo da adaga, pra o taura mais caborteiro ,quando estou louco , me vou lá pra Bossoroca, arranco o diabo da toca e tiro pra meu companheiro.

Como bem frisou e sintetizou Antonio Augusto Fagundes em texto recente "Jorge Guedes não é mais um missioneiro a cantar sua terra e sua gente. Noel Guarany foi à voz privilegiada, como um sabiá campeiro cantando nas ruínas de São Miguel. Cenair Maicá foi à aguda consciência social e Jayme Caetano Braun foi e sempre será um dos sumos-sacerdotes desse culto. Ele, Jorge Guedes é um pouco de cada um dos seus predecessores. Ele é, ao mesmo tempo, o índio e o gaúcho - até na estampa, ele tem a poesia do Jayme, a voz de sino jesuítico do Noel e a consciência social de Cenair. Não tenho dúvida que ele é hoje um dos maiores artistas do Rio Grande do Sul. Ele é o passado, mas também o presente. E será, sobretudo, com sua talentosa família, o futuro.
Jorge Guedes é a voz forte, que canta opinando, que defende a cultura oprimida dos povos ameríndios, que traz a valentia, a coragem, e a indignação da sociedade


DISCOGRAFIA

1988 - A Volta do Missioneiro - (com Noel Guarany e João Maximo) Usa Discos











1989 - Terra Missioneira - Usa Discos

1994 - Paisagens de Fim de Tarde - Usa Discos
 

1997 - Porque será Che Guevara - Atração

1999 - De Boina e Alpargatas - Usa Discos

2003 - Das Missões às Cordilheiras - Independente












2013 - Sem Tinta - Acit













CONTATO
Empresário Principal
Vânia de Moraes Guedes
Tel.: 055-9946-5034 (vivo)
Tel.: 055-8162-3591 (TIM)


FONTE: