2007 testemunhou um episódio que
o marcou definitivamente como um ano emblemático. Ao menos para uma parcela considerável
dos 30 milhões de descendentes de italianos que vivem no Brasil. A Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou em caráter
conclusivo, em uma derradeira reunião do período legislativo, o relatório
favorável do Deputado Silvinho Peccioli (Democratas/SP) ao projeto de autoria
do Senador Gérson Camata (PMDB/ES), instituindo oficialmente no país o Dia
Nacional do Imigrante Italiano.
Uma data comemorativa tem a exata
dimensão do que representa. Não altera o cotidiano e a realidade das pessoas.
No entanto, a sua importância simbólica reside no fato de que determina uma
referência, uma espécie de ponto de convergência, a partir do qual, o resgate
histórico de um processo como o da imigração italiana, passa a ter condições de
ser mais valorizado, mais respeitado, mais reverenciado, justifica, Senador Gérson Camata (PMDB/ES),
*Senador Gérson Camata, autor do projeto, e o Deputado Silvinho Peccioli, relator do parecer aprovado na Câmara em caráter
conclusivo.
21 de fevereiro de 2011
Art.
1º
É instituído o “Dia Nacional do Imigrante Italiano” a ser anualmente comemorado
no dia 21 de fevereiro, em todo o território nacional.
- De acordo com dados estimados da
Embaixada da Itália no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de
descendentes de italianos, sendo que grande parte concentrada nas regiões sul e
sudeste.
- Entre os séculos XIX e XX, cerca de
1,5 milhões de imigrantes italianos vieram residir no Brasil.
“A data é uma
homenagem ao imigrante italiano que, vindo de terras distantes, engajou-se nas
nossas lutas, fez prosperar cidades, construiu escolas, igrejas, restaurantes,
hospitais e cultivou a terra. Em busca de novos horizontes, famílias inteiras
trouxeram seus hábitos, seus costumes, sua religiosidade, a sua formação
profissional enriqueceu a nossa cultura”, destaca o texto do Italia Oggi.
Segundo o site
Brasil na Itália, o Brasil é o maior país com raízes italianas no mundo. São 31
milhões de descendentes de acordo com o Dossiê Estatístico Imigração
Caritas/Migrantes.
Cartaz promove a imigração para o
Brasil. “Venham construir os seus sonhos com a família. Um país de
oportunidade. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês
poderão ter o seu castelo. O governo dá terras e utensílios a todos.”
Em 1850, o
Brasil encarava dificuldades quanto a uma mão-de-obra especializada,
basicamente a força de trabalho era formada por escravos e neste mesmo ano,
seria adotada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro.
O governo
brasileiro tomou conhecimento que levas de imigrantes europeus estavam partindo
para os Estados Unidos, Austrália, a própria América do Sul, levando na bagagem
um sonho de uma vida melhor, foi quando o mesmo interessou-se em trazer estas
levas ao Brasil.
A primeira leva
de imigrantes italianos vinda ao Brasil aconteceu em 1874, porém a imigração só
foi oficializada, em 1875. A travessia do Atlântico, em velhos navios, era
dramática, um jogo no escuro: tudo podia correr bem, mais ou menos, ou mal.
Mortes de pessoas, na travessia, eram comuns. Naufrágios, também, não raro
aconteciam. De qualquer forma, os “Quaranta sei giorni di macchina e vapore”
constituíam uma angústia e um medo só.
A primeira
viagem de imigrantes italianos para o Brasil aconteceu no dia 3 de janeiro de
1874, às 13 horas, quando partiram do Porto de Gênova, em um navio à vela, o
“La Sofia”, na expedição Tabacchi, e a segunda pelo ” Rivadávia”, ambos de
bandeira francesa. O “Sofia” chegou ao Brasil
em 21 de fevereiro de 1874, 386 famílias, para as terras de
Pietro Tabacchi, em Santa Cruz. Segundo o sociólogo italiano Renzo M.
Grosselli, a Expedição de Pietro Tabachi, foi o primeiro caso de partida em
massa de imigrantes da região norte da Itália para o Brasil. O nome da colônia
criada no Espírito Santo, pelo Governo Brasileiro, chamava-se Nova Trento.
Podemos dizer
que Santa Cruz foi o berço da Imigração italiana no Brasil.
No Brasil, os
emigrantes se dirigiram para os Estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. E os Estados do Sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Espírito
Santo. Aqui fundaram pedaços da Itália: Nova Roma, Nova Vicenza, Nova Veneza,
Nova Trento, Novo Treviso, Nova Pádua, Nova Údine, Vale Veneto, etc.
Interessante
notar que se trata de um único passaporte para toda a família. Muitas famílias
de imigrantes eram numerosas, com a da foto. Mas também havia casais com um ou
dois filhos, homens casados sem a família (que viria depois) e jovens solteiros.
Os emigrantes
italianos, com sua saída, permitiram o progresso da Itália, diminuindo a
população e fazendo sobrar alimento para os que ficaram. Recomeçando sua vida
no meio do mato e entre animais ferozes, e com falta de tudo, ainda enviavam
tanto dinheiro aos parentes no “Paese” de origem, que o Ministro das Finanças
da Itália considerou essas remessas um “ruscello d`oro”, um filete de ouro.
Porém, a Itália
só ultimamente começou a se interessar por seus filhos “all`estero” (no
estrangeiro), calculados em 20.000.000, a maioria vivendo no Brasil. Os
ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos)
fora da Itália.
Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões
de procedência
período 1876/1920
Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sicília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lázio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
Total 1.243.633
FONTE:
www.italiaoggi.com
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