“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

sábado, 21 de fevereiro de 2015

DIA NACIONAL DO IMIGRANTE ITALIANO



2007 testemunhou um episódio que o marcou definitivamente como um ano emblemático. Ao menos para uma parcela considerável dos 30 milhões de descendentes de italianos que vivem no Brasil. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou em caráter conclusivo, em uma derradeira reunião do período legislativo, o relatório favorável do Deputado Silvinho Peccioli (Democratas/SP) ao projeto de autoria do Senador Gérson Camata (PMDB/ES), instituindo oficialmente no país o Dia Nacional do Imigrante Italiano.
Uma data comemorativa tem a exata dimensão do que representa. Não altera o cotidiano e a realidade das pessoas. No entanto, a sua importância simbólica reside no fato de que determina uma referência, uma espécie de ponto de convergência, a partir do qual, o resgate histórico de um processo como o da imigração italiana, passa a ter condições de ser mais valorizado, mais respeitado, mais reverenciado, justifica, Senador Gérson Camata (PMDB/ES),

*Senador Gérson Camata, autor do projeto, e o Deputado Silvinho Peccioli, relator do parecer aprovado na Câmara em caráter conclusivo.


21 de fevereiro de 2011
Art. 1º É instituído o “Dia Nacional do Imigrante Italiano” a ser anualmente comemorado no dia 21 de fevereiro, em todo o território nacional.

- De acordo com dados estimados da Embaixada da Itália no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de italianos, sendo que grande parte concentrada nas regiões sul e sudeste.
- Entre os séculos XIX e XX, cerca de 1,5 milhões de imigrantes italianos vieram residir no Brasil.
“A data é uma homenagem ao imigrante italiano que, vindo de terras distantes, engajou-se nas nossas lutas, fez prosperar cidades, construiu escolas, igrejas, restaurantes, hospitais e cultivou a terra. Em busca de novos horizontes, famílias inteiras trouxeram seus hábitos, seus costumes, sua religiosidade, a sua formação profissional enriqueceu a nossa cultura”, destaca o texto do Italia Oggi.
Segundo o site Brasil na Itália, o Brasil é o maior país com raízes italianas no mundo. São 31 milhões de descendentes de acordo com o Dossiê Estatístico Imigração Caritas/Migrantes.

Cartaz promove a imigração para o Brasil. “Venham construir os seus sonhos com a família. Um país de oportunidade. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês poderão ter o seu castelo. O governo dá terras e utensílios a todos.”
Em 1850, o Brasil encarava dificuldades quanto a uma mão-de-obra especializada, basicamente a força de trabalho era formada por escravos e neste mesmo ano, seria adotada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro.
O governo brasileiro tomou conhecimento que levas de imigrantes europeus estavam partindo para os Estados Unidos, Austrália, a própria América do Sul, levando na bagagem um sonho de uma vida melhor, foi quando o mesmo interessou-se em trazer estas levas ao Brasil.
A primeira leva de imigrantes italianos vinda ao Brasil aconteceu em 1874, porém a imigração só foi oficializada, em 1875. A travessia do Atlântico, em velhos navios, era dramática, um jogo no escuro: tudo podia correr bem, mais ou menos, ou mal. Mortes de pessoas, na travessia, eram comuns. Naufrágios, também, não raro aconteciam. De qualquer forma, os “Quaranta sei giorni di macchina e vapore” constituíam uma angústia e um medo só.
A primeira viagem de imigrantes italianos para o Brasil aconteceu no dia 3 de janeiro de 1874, às 13 horas, quando partiram do Porto de Gênova, em um navio à vela, o “La Sofia”, na expedição Tabacchi, e a segunda pelo ” Rivadávia”, ambos de bandeira francesa. O “Sofia” chegou ao Brasil em 21 de fevereiro de 1874, 386 famílias, para as terras de Pietro Tabacchi, em Santa Cruz. Segundo o sociólogo italiano Renzo M. Grosselli, a Expedição de Pietro Tabachi, foi o primeiro caso de partida em massa de imigrantes da região norte da Itália para o Brasil. O nome da colônia criada no Espírito Santo, pelo Governo Brasileiro, chamava-se Nova Trento.
Podemos dizer que Santa Cruz foi o berço da Imigração italiana no Brasil.
No Brasil, os emigrantes se dirigiram para os Estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E os Estados do Sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Aqui fundaram pedaços da Itália: Nova Roma, Nova Vicenza, Nova Veneza, Nova Trento, Novo Treviso, Nova Pádua, Nova Údine, Vale Veneto, etc.

Interessante notar que se trata de um único passaporte para toda a família. Muitas famílias de imigrantes eram numerosas, com a da foto. Mas também havia casais com um ou dois filhos, homens casados sem a família (que viria depois) e jovens solteiros.
Os emigrantes italianos, com sua saída, permitiram o progresso da Itália, diminuindo a população e fazendo sobrar alimento para os que ficaram. Recomeçando sua vida no meio do mato e entre animais ferozes, e com falta de tudo, ainda enviavam tanto dinheiro aos parentes no “Paese” de origem, que o Ministro das Finanças da Itália considerou essas remessas um “ruscello d`oro”, um filete de ouro.
Porém, a Itália só ultimamente começou a se interessar por seus filhos “all`estero” (no estrangeiro), calculados em 20.000.000, a maioria vivendo no Brasil. Os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália.

Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões de procedência
período 1876/1920

Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sicília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lázio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
Total 1.243.633


FONTE:
www.italiaoggi.com

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