“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

domingo, 26 de julho de 2015

BARBOSA LESSA

Luiz Carlos Barbosa Lessa, nasceu no dia 13 de dezembro de 1929, na localidade denominada “Cerro do Galdino”, nas imediações da histórica vila de Piratini (capital farroupilha), hoje cidade de Piratini-RS. Foi um folclorista, escritor, músico, advogado e historiador brasileiro.
Devido à dificuldade para cursar uma escola regular, teve de aprender as primeiras letras e as quatro operações matemáticas com sua própria mãe, a qual, ao se improvisar de professora, também lhe ensinou teoria musical, um pouco de piano, e inclusive, uma novidade na época, a chamada datilografia. Indo cursar o ginásio na cidade de Pelotas (Ginásio Gonzaga).
Aos doze anos fundou um jornal escolar "O Gonzagueano", em que publicou seus primeiros contos regionais ou de fundo histórico. E também fundou o conjunto musical significativamente denominado "Os Minuanos. Pretendia se especializar em música regional gaúcha mas, por inexistência de repertório Naquela época, teve de se conformar com o gênero sertanejo e um tanto de música urbana brasileira.
Para cursar o segundo grau colegial, transferiu-se para Porto Alegre, ingressando no Colégio Júlio de Castilhos.

Aos dezesseis anos de idade já colaborava para uma das principais revistas brasileiras de cultura a "Província de São Pedro" e obteve seu primeiro emprego como revisor e repórter da "Revista do Globo".
No ano seguinte participou da primeira Ronda Crioula/Semana Farroupilha, munido de um caderno de aula para coletar assinaturas de eventuais jovens que se interessassem pelo assunto, tomou a iniciativa para a fundação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG), o "35".
Nesta agremiação ele retomou seu interesse pela música regional e, na falta de repertório, foi criando suas primeiras canções, tais como a toada "Negrinho do Pastoreio" - hoje um clássico da música regional gaúcha.
Nos anos 1950, começou a dirigir um programa sobre música regional da Rádio Farroupilha.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Porto Alegre (UFRGS), 1952.
Formou com seu amigo Paixão Côrtes uma RECONHECIDA dupla de pesquisadores, realizando o levantamento de resquícios de danças regionais e produziu a recriação de danças tradicionalistas. Resultado dessa pesquisa da dupla foi o livro didático "Manual de Danças Gaúchas" e o disco long-play (o terceiro LP produzido no Brasil) e "Danças Gaúchas", na voz da cantora paulista Inezita Barroso.
Mudou-se para São Paulo, onde, em contato com Inezita Barroso, passou a fazer divulgação de danças gaúchas em programas de rádio. No mesmo ano publicou a tese "O sentido e o valor do tradicionalismo". Na mesma época, trabalhando com Paixão Cortes, recolheu diversos temas folclóricos gaúchos, entre os quais "O anu", "Balaio", "Chimarrita balão", "Maçanico", gravadas no ano seguinte. Publicou ainda com Paixão Cortes o segundo "Manual de danças gaúchas".
Compôs tema regional gaúcho para o filme "O sobrado", de Walter George Durst. No mesmo ano publicou a comédia regional "Não te assusta Zacaria", representada pelo Grupo Folclórico Brasileiro, no Teatro São Pedro, em Porto Alegre colhendo aplausos também nas cidades de Curitiba e São Paulo.
Teve o xote "Chimarrita cafuné" e o rasqueado "Feitiço índio" gravados pela dupla Cascatinha e Inhana.

Gravou o "lenço branco entrevero no jacá", feito em parceria com Danilo Vidal, também gravada no mesmo ano pelo Conjunto Farroupilha, e a missioneira "18 de junho", de sua autoria e José Manzano Filho. No mesmo período,
Carla Diniz e Carlito Gomes gravaram "Andarengo" e o madrigal "Quero-quero".
Compôs para o filme "Paixão de gaúcho", de Walter George Durst, as composições "Terra morna", "Generoso" e "Feitiço índio". Publicou o livro de contos regionais "O boi das aspas de ouro" e "Primeiras noções de teatro" para professores e estudantes de curso avançado.
Entre 1958 e 1960, viajou do Amazonas ao Rio Grande do Sul recolhendo composições do folclore. No mesmo período promoveu diversos shows com o grupo "Titulares do Ritmo".
Publicou o romance regional "Os guaxos" e,  "Estórias e lendas do Rio Grande do Sul".
Em 1962, a peça teatral sobre o folclore paulista "A rainha de Moçambique" foi publicada e representada pelo TEFA, Teatro do Estudante Francisco Alves, em São Paulo. No mesmo ano produziu o disco "O Rio Grande do Sul ou o gaúcho canta", com o grupo Titulares do Ritmo, e promoveu no Centro de São Paulo uma feira de arte popular reunindo artistas de todo o Brasil.
Voltou a Porto Alegre em 1974, já como especialista em Comunicação Social, tendo trabalhado na Mercur Publicidade e Companhia Riograndense de Saneamento, CORSAN. Aposentou-se como jornalista em 1987.
Foi Secretário Estadual da Cultura, tendo então idealizado para Porto Alegre um centro oficial de cultura acadêmica, que veio a pré-inaugurar em março de 1983: a Casa de Cultura Mário Quintana.

Publicou, em "Porto Alegre: terra gente" e "Usos e costumes gaúchos".
Em 1979, foi a vez de "O gaúcho ontem e hoje", e, no ano seguinte, "Problemas brasileiros, uma perspectiva histórica", em dois volumes.
Publicou "Calendário histórico-cultural do Rio Grande do Sul"; e, "Rio Grande do Sul - Prazer em conhecê-lo"; e em parceria com Paixão Cortes, "Aspectos da sociabilidade do gaúcho".
Ao se aposentar mudou-se com sua mulher para Camaquã onde mantinha uma pequena reserva ecológica, dedicando-se à produção artesanal de erva-mate e plantas medicinais. Teve dois filhos: Guilherme e Valéria.
Em 2002 foi lançado pelo selo ACIT o CD "Barbosa Lessa: 50 anos de música", trazendo entre outras, a toada "Negrinho do pastoreio", a dança tradicionalista "Balaio", com Inezita Barroso, "Milonga do moço velho" e o xote "Aroeira", com Luiz Gonzaga.
Teve destacado nome na música popular e na literatura. Dentre suas músicas, sempre de cunho gauchesco, destacam-se "Negrinho do Pastoreio", "Quero-Quero", "Balseiros do Rio Uruguai", Levanta, Gaúcho!", "Despedida", bem como as danças tradicionalistas em parceria com Paixão Côrtes.
E numa bibliografia de cerca de cinqüenta títulos, destacam-se os romances "República das Carretas" e "Os Guaxos" (prêmio 1959 da Academia Brasileira de Letras), os contos e crônicas de "Rodeio dos Ventos", o ensaio indigenista "Era de Aré", a tese pioneira "O sentido e o Valor do Tradicionalismo", o ensaio "Nativismo, um fenômeno social gaúcho", "Mão Gaúcha, introdução ao artesanato sul-rio-grandense", o álbum em quadrinhos "O Continente do Rio Grande" (com desenhos de FLávio Colin) e os didáticos "Problemas brasileiros, uma perspectiva histórica"", "Rio Grande do Sul, prazer em conhecê-lo", e "Primeiras Noções de Teatro". Também os dois volumes do Almanaque do Gaúcho. A canção de Barbosa Lessa foi cantada por dezenas de intérpretes, entre eles Inezita Barroso, Leopoldo Rassier e a dupla Kleiton & Kledir.

Ao fundar o primeiro CTG (Centro de Tradições Gaúchas) do mundo, o “35 CTG”, deu-se origem à sistematização do Movimento Tradicionalista Gaúcho e à sua disseminação além fronteiras do Rio Grande do Sul e até do Brasil, já que há, inclusive, um CTG em Tóquio no Japão.
Barbosa Lesssa faleceu no município de Camaquã, em 11 de março de 2002, por sua vontade foi sepultado no cemitério do núcleo urbano piratiniense, local que já recebeu e receberá inúmeras homenagens e visitações.

Barbosa Lessa é destes homens que transformam as manifestações artísticas em cultura, são pessoas como ele que fazem as raízes de um povo firmarem. Foi importante não só para a cultura gaúcha, mas para a cultura brasileira. Barbosa Lessa imortalizou a cultura  e foi imortalizado pela sua grandiosa obra.



FONTE:


domingo, 12 de julho de 2015

GILBERTO MONTEIRO

Nascido no extremo sul do Brasil. Em Santiago, no Rio Grande do Sul, GILBERTO ANDRADE MONTEIRO, desde menino, despontou como um músico de raro virtuosismo. Seus ancestrais, também músicos, lhe transferiram as marcas importantes que sua arte deixa facilmente à mostra. Exibem o lado mais autêntico do povo gaúcho. Ele imprime uma execução que,ao longo de SUA carreira, não encontra similares.
Suas apresentações arrancam os mais emocionados aplausos de todo tipo de público e anotações elogiosas da crítica mais exigente. Esta tem sido uma constante, não apenas no Brasil, mas também na América Latina NA AMÉRICA do Norte, e na Europa, onde ocorreram atuações espetaculares.
Músicos brasileiros e do exterior tem se valido de suas composições para encorpar seus shows e gravações. Grandes orquestras europeias e brasileiras acrescentaram em seus repertórios, obras de Gilberto Monteiro. COMO POR EXEMPLO, Milonga Para as Missões, Pra Ti Guria, De Lua e Sol, apenas algumas, de SUAS valorizadas criações.
O gracioso voo dos pássaros, a quieta vastidão dos pampas, o murmurar dos arroios, a quietude das matarias ou o ímpeto selvagem dos cavalos...todas estas nuanças pintam o grande painel cujas cores saltam com leveza e determinação, pela força dos acordes da sua pequena, mas tão expressiva, " gaitinha diatônica ".

E´ de fato impressionante vê-lo tocando! Quem assiste jamais esquece sua figura. Rude o necessário, como para transfigurar-se, num derrepente, em monumento da mais expressiva ternura. E COMO RESULTADO arte da melhor qualidade!
Todo este mundo de magia e encanto traduzidos pela interpretação de Gilberto Monteiro e sua gaita, NÃO CABEM SÓ NO RIO GRANDE estão no mercado internacional.
Gilberto Monteiro, nascido em Santiago do Boqueirão, remota cidade próxima à fronteira com a Argentina. O gaiteiro lembra que aprendeu o instrumento com o pai. "Comecei a tocar com cinco anos. Lá pelos quinze percebi que era isso que queria fazer da vida. Tocava as músicas da região - vaneira, xote gaúcho, vaneirão. Fazia muita farra, conta
Gilberto Monteiro é mais do que um importante gaiteiro do Rio Grande do Sul: é, sobretudo, uma lenda musical. Famoso por seu misticismo, alguns o associam a elementos como elfos, fadas e gnomos, outros dizem que seu apelido, ‘El Loco’, é perfeitamente justificável. Mas a verdade é que Monteiro, além de uma figura simpática e gentil, é um músico inigualável, cujo estilo de tocar gaita é inconfundível. Suas músicas são carregadas de emoção e beleza, e suas apresentações arrancam aplausos comovidos de todo tipo de público, além de resenhas elogiosas da crítica. Gilberto Monteiro é único, e suas composições, muito inspiradas pela natureza, sobreviverão ao tempo, entrando para a história da música gaúcha e brasileira.
Considerado por muitos como “O Melhor de Todos”, o santiaguense Gilberto Monteiro coloca sua alma na ponta dos dedos. É bonito por demais ver-lhe tocar sua botoneira devido a sensibilidade a flor da pele e os sonidos que só ele consegue tirar de uma gaita de botão. Aparece em todas as listas QUE SE FAZEM COM OS MAIORES MESTRES NO ACORDEON. É autor de verdadeiros clássicos na botoneira como: Pra Ti Guria, Milonga Para As Missões, Alumiando As Maçanetas, e outras. Tem estilo e características só suas.
O gaiteiro gaúcho Gilberto Monteiro, embora tenha uma discografia relativamente discreta, é um compositor influente, tendo, algumas de suas composições adquiridas prestígio no repertório gaúcho. Sua música, embora apresente particularidades que lhe conferem um valor único, espelham características gerais da música gaúcha fronteiriça.
"Pra ti Guria" foi lançado originalmente em 1987, pela gravadora Continental, e apresenta aquele que É CONSIDERADO o elemento mais marcante de sua performance, que é a força expressiva de sua interpretação. GILBERTO MONTEIRO CHAMA A ATENÇÃO PELA sua concentração - ele toca a maior parte do tempo de olhos fechados, É UM trabalho interpretativo sofisticado, basta fechar os olhos e ouvir atentamente a cada nuance. Esta força dramática está presente sobretudo na faixa de abertura, "Prelúdio para um beija-flor". Em "Pra ti guria", o trabalho de oscilação do som com a mão esquerda produzindo um lento vibrato é realizado de forma impecável. Algumas músicas trazem o som dos bailes, dos ranchos, revelando o aspecto de seu trabalho que se coaduna com as danças gaúchas, tal como "Os zóio da véia" e "Entrevero de Alpargata" e "Unistalda Campeira".
Este disco também traz como curiosidade o fato de ter sido gravado em Buenos Aires, Argentina, e contar com convidados muito especiais, Antonio Tarrago Ros (faixa 8) e Raulito Barbosa (faixa 5). Os músicos participantes são: Rodolfo Regunaga (percussão), Mono Pereira (guitarón e violão), José Bragato (cello), Alfredo Ramos (baixo), Angel D Ávila (Ovation e violão), Tapon Garcia (Sapucaí), Lucio Aynel (violão) e Pedro Guerra (violão);
Este trabalho é uma mostra das imensas possibilidades de uma pequena gaita-ponto de oito baixos nas mãos de um instrumentista habilidoso e, sobretudo, inspirado.
GILBERTO MONTEIRO, tinha um sonho, ser Piloto Aviador, e tentando realizar este sonho chegou a inventar umas asas feitas com couro de cavalo, mas o seu invento não deu certo.
Serviu na aeronáutica na cidade de Porto Alegre, mas, sempre com a cordeona na mão.
Gilberto Monteiro está no mundo das lendas, porque sua música é pura magia, segundo Julio Rizzo, não há como escutar Gilberto Monteiro sem se emocionar.

Gilberto Monteiro serve de inspiração para jovens que desejam começar a tocar, e também como influência para artistas que buscam aperfeiçoamento.
Gilberto Monteiro é conhecido como el loco, pelo que faz na gaita, cria melodias inimagináveis. Gilberto Monteiro navega por caminhos nunca antes imaginados por outros artistas.
O acordeonista Augusto Freitas, considera Gilberto Monteiro, um mestre na dinâmica de Volume, ou seja, Gilberto alterna intensidade, força, volume alto, com leveza e até silêncio. Sobre isso o próprio Gilberto Monteiro diz que é preciso usar o silêncio nas melodias, para Gilberto, o silêncio não é a ausência de som, mas mais uma nota musical criada e usada pela sua genialidade.
Gilberto Monteiro acredita que o gaiteiro passa a sua energia para o instrumento, o instrumento se molda a energia, e ao espírito do artista. Gilberto Monteiro é o um músico que quando toca se doa totalmente, entrando numa espécie de tranze.
Gilberto já animou muitas festas campeiras, incluindo carreiradas, sempre na companhia de sua gaita de botão.
Em sua carreira já animou alguns bailes, nos festivais é reverenciado, seus shows são intensos e carregados de emoção.
Gilberto Monteiro, com a gaita no peito é um gênio, sua gaita é uma extensão do coração.
A interação gaita-gaiteiro é tamanha, que modela indissociavelmente: gaita, corpo, alma e gaiteiro. Noutros momentos pensamos, que Ele com seus gestos determinados, é quem brota de dentro do pequeníssimo acordeom. Pura resultante do milagre da arte! Não há, por mais que se queira como traduzir aqui este enorme valor.
Acompanhando seus movimentos, a gaita parece dançar com Gilberto Monteiro. Uma dança harmoniosa, marcada pelo abrir e fechar do fole, pelo dedilhar no teclado, pelo choro tremido da cordeona. De olhos fechados, Gilberto vai conduzindo sua dama, até o ponto em que a gaita se torna uma extensão dele mesmo. Com mais de 30 anos de música, o acordeonista e compositor vem encantando gerações e integra a história da música regional.


Por isto amigos ouvintes busquem conhecer mais deste cavaleiro andante da arte regional gaúcha e brasileira chamado Gilberto Monteiro!

domingo, 5 de julho de 2015

NEGRINHO DO PASTOREIO

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda do folclore brasileiro surgida no Rio Grande do Sul. De origem africana, esta lenda surgiu no século XIX, período em que ainda havia escravidão no Brasil. Esta lenda retrata muito bem a violência e injustiça impostas aos escravos.

A lenda

De acordo com a lenda, havia um menino negro escravo, de quatorze anos, que possuía a tarefa de cuidar do pasto e dos cavalos de um rico fazendeiro. Porém, num determinado dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patrão de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou açoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Após horas procurando, não conseguiu encontrar o tal cavalo. Ao retornar á fazenda foi novamente castigado pelo fazendeiro. Desta vez, o patrão, para aumentar o castigo. Colocou o menino pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o patrão foi ver a situação do menino escravo e ficou surpreso. O garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Conta a lenda que foi um milagre realizado por Nossa Senhora que salvou o menino. De acordo com a lenda, o menino foi transformado num anjo e, ainda hoje, fica cavalgando pelos campos.

Objetos perdidos

O Negrinho do Pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo.
De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor.


GIUSEPPE GARIBALDI

Giuseppe Garibaldi, Italiano nascido na cidade de Nizza, atual Nice, em 4 de julho de 1807 foi um general guerrilheiro e um dos maiores nomes da Itália. Conhecido como “Herói de dois mundos”, por ter participado de importantes momentos da história tanto da Europa quanto da América do Sul, foi um dos nomes mais importantes no episódio da Unificação italiana.
Em 1833, por participar de uma fracassada insurreição de Gênova, a corte genovesa condenou-o a morte. Ele prontamente fugiu para Marselha, e em seguida, no ano de 1835, fugiu para a Tunísia, partindo depois para o Rio de Janeiro. Em terras cariocas ele conheceu Luigi Rossetti e Bento Gonçalves, onde decidiu se unir a revolução Farroupilha.
Em 1º de setembro de 1838, Garibaldi foi nomeado capitão-tenente, comandante da marinha farroupilha. Na viagem para o sul ele foi capturado pela polícia marítima uruguaia, sendo preso e torturado, mas conseguiu fugir e chegar ao Rio Grande do Sul. Lá, junto aos chamados Farrapos, ele foi uma figura de grande importância, seu nome é forte sempre que se fala na Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos. Conheceu uma mulher chamada Ana Maria de Jesus Ribeiro, a quem ficaria conhecida tempos depois como Anita Garibaldi, vindo a se tornar sua esposa e companheira de lutas na América do Sul e na Itália. Juntos eles tiveram seu primeiro filho, Menotti, que nasceu em Mostardas, no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul.
O presidente Bento Gonçalves liberou Garibaldi de suas funções e o presenteou com 900 cabeças de gado. Ele partiu junto com sua esposa e seu filho para Montevidéu, chegando lá em junho de 1841 com apenas 300 cabeças, após terem caminhado por 600 quilômetros.
No Uruguai ele casou-se com Anita, em março de 1842. Lá nasceram seus outros filhos: Rosa, Teresa e Ricciotti. Infelizmente Rosa veio a falecer quando tinha apenas dois anos de idade devido a uma infecção na garganta que provocou asfixia.
Para sustentar a família ele trabalhou como professor de matemática em uma escola e também como corretor. Em 1842 recebeu a nomeação de Capitão da frota uruguaia, lutando conta Juan Manoel Rosas, um temido ditador argentino. Foi um grande nome na defesa de Montevidéu, impedindo que ela fosse tomada pelos Argentinos. Seus feitos chegaram a Itália, para onde ele seguiria novamente em seguida.
Em 1848 Garibaldi retorna a Itália para lutar na Lombárdia contra o exército austríaco na luta pela unificação italiana. Não obtendo sucesso na tentativa de expulsar os austríacos, ele foi forçado a refugiar-se na Suíça e em seguida em Nice, na França.
Em Roma, Garibaldi se tornou deputado na assembleia constituinte da República Romana, porém a cidade foi cercada por exércitos franceses e napolitanos, com um número de homens dez vezes maior que os de Garibaldi. Ele retirou-se com 4 mil homens logo depois de recusar um salvo-conduto do embaixador americano. Foi perseguido por exércitos franceses, espanhóis e napolitanos, e nessa fuga Anita foi morta.
Exilado, Garibaldi morou na África, Nova York e Peru, retornando a Itália em 1854, quando convidado pelo Conde Cavour ajudou a Itália do norte a ser unificada. Em seguida, por conta própria seguiu para o sul, onde conquistou a Sicília e o reino de Nápoles.

Garibaldi ainda participou da Guerra Franco-Prussiana. Mesmo a França tendo perdido ele ajudou muito nas batalhas em que foi obtido sucesso. Recusando o título de nobreza e uma pensão vitalícia oferecidas pelo rei Vitor Emanuel, ele retirou-se para uma casa que possuía na ilha de Caprera onde ficou até a morte, no dia 2 de junho de 1882, deixando apenas uma longa biografia repleta de batalhas.

BERENICE AZAMBUJA

O GALPÃO PÁTRIA E POESIA CONTA A HISTÓRIA DE... BERENICE AZAMBUJA.
A mãe Ernestina era artista de circo. O pai Pedro Paulo, seresteiro. Dessa união nasceu,em Porto Alegre no dia 21 de Março de 1952, no bairro Partenon, em Porto Alegre, Berenice da Conceição Azambuja, ou simplesmente Berenice Azambuja, cantora, compositora e Instrumentista que toca acordeom, violão, baixo, bateria vibrafone e cavaquinho. Além disso também se dedicou a dança no início de sua carreira, onde apresentava principalmente a dança dos facões e a chula.
A garotinha, já nos primeiros anos, queria pegar no colo o acordeom que pertencia a sua tia. Aos sete, a mãe deu-lhe um acordeon de presente. E não foi preciso muito tempo para que  Berenice dominasse o instrumento.
Berenice Azambuja no começo de sua carreira tocou Música Popular Brasileira e até cantou em inglês. O flerte com a música regional gaúcha ganhou força ao participar, nas noites de domingo, do Programa Grande Rodeio Coringa, na Rádio Farroupilha.
“Churrasco e bom chimarrão / Fandango, trago e mulher / É disso que o velho gosta / É isso que o velho quer”. Seja urbano ou rural, não tem gaúcho que não tenha ouvido ou cantado esses versos. É disso que o velho gosta, inspirada no pai seresteiro, a composição é uma parceria de Berenice com Gildo Campos, e foi gravada em 1980. Nem a própria cantora acreditava no potencial da música, que foi colocada no lado B do LP.
Para sua surpresa, estava errada. A canção ganhou o Rio Grande do Sul e viajou Brasil afora com destaque para o nordeste. Foi gravada por Sérgio Reis (1985) e Chitãozinho e Xororó (1996). Berenice Azambuja, além de cantar e tocar, também se destacou como compositora.
Quantas mulheres se destacaram profissionalmente como compositoras no Rio Grande do Sul? Berenice faz parte de um time seleto.
Aos 11 anos de idade, apresentou-se no programa infantil "Clube do Guri", acompanhando no acordeom a cantora Elis Regina, na época também criança. Cantando música regional do sul, gravou mais de dez discos.  Berenice Azambuja Já se apresentou em quase todos os estados brasileiros.
A palavra "Gaiteira, em português antigo, quer dizer alegre. E é isso que Berenice da Conceição Azambuja é: alegre, gaiteira.
Berenice menina viajava pelo interior do Estado, em caravanas artísticas. Pequena, com aquele cabelo encaracolado, alegre e risonha, parecia uma ovelhinha no meio de tantos artistas.
A cantoraBerenice  Azambujanão gosta de usar vestido de prenda: desde menina, usa bombacha ou chiripá. Mas o sorriso é sempre o mesmo, o cabelo é o mesmo, só que se aperfeiçoou na música e se tornou absoluta de todas as suas possibilidades musicais. Com grande domínio de palco, aproveita o seu repertório como compositora e o repertório de autores amigos e colegas.
Essa gaudéria andarenga é uma verdadeira embaixadora da música regionalista gauchesca. Conhece o Rio Grande do Sul e o Brasil a palmo. Brilhou intensamente em espetáculos em Portugal e na Espanha. Nos seus poucos momentos de folga, Berenice Azambuja gosta mesmo é de pescar - 'muitas de suas canções amadureceram enquanto a traíra não beliscava no anzol'.
Já gravou 17 discos, entre CDs e vinis, e um DVD. Além disso Berenice já participou dos principais programas da tv brasileira, animados por nomes como Faustão, Jô Soares, Hebe Camargo, Inezita Barroso, Bolinha, Chacrinha e tem também uma participação no Fantástico.
Berenice Azambuja, Ainda pretende escrever um livro contando a sua experiência artística. Ela foi grande amiga de Darcy Fagundes, cujo últimos momentos acompanhou no hospital.
Aliás, parece que a amizade é uma das mais lindas características dessa artista de exceção - afinal, não há quem não goste de Berenice Azambuja.

Berenice Azambuja,é uma artista completa, que a muito tempo divulga a cultura gaúcha por todo o Brasil, e além disso, Berenice Azambuja venceu a barreira do preconceito por ser uma mulher que se apresenta com bombacha ou xiripá e não com vestido de prenda, mas que com talento e perseverança alcançou o sucesso, e mais do que isso, a muitos anos faz sucesso, não é apenas uma moda, sua música alegre, atravessa gerações de gaúchos, mostrando que qualidade não envelhece . Esta é Berenice Azambuja, gaúcha alegre e  muito talentosa.