A HISTÓRIA DA VANERA
habanera ou havaneira em algumas traduções
para o português, é um estilo musical criado em havana. A habanera foi a primeira música genuinamente
afro-latino-americana, que foi levada de Cuba para salões europeus por volta do
século XVII. Foi sofrendo alterações em sua estrutura básica devido aos
arranjos que lhe deram os músicos da EUROPA e assim, alterada, voltou às Américas
através dos imigrantes portugueses e espanhóis por volta de 1866.
É uma música de
compasso binário, com o primeiro tempo fortemente acentuado, com uma curta
introdução seguida de duas partes de oito compassos cada uma, com modulação do
tom crescente.
É uma dança que
foi também, algumas vezes, aproveitada no repertório erudito, sendo o exemplo
mais famoso a habanera da ópera Carmen, de Georges Bizet.
Da habanera
derivam diversos ritmos , dentre eles a Vaneira dos Gaúchos.
Da habanera
para atual Vanera, várias modificações foram feitas, na grafia e no andamento
bem mais rápido, para se tornar bailável. Ao longo do tempo os conjuntos de
baile gaúchos (fandangos) vêm desenvolvendo com sua experiência e criatividade
vários padrões rítmicos em seus instrumentos típicos: acordeon, guitarra,
baixo, bateria e pandeiro. Quer em suas apresentações ou em suas gravações. A
Vanera conquistou um espaço privilegiado nos bailes gaúchos, sendo hoje,
presença marcante e obrigatória em qualquer Fandango que se preze. Com
alterações de andamento na execução, surgiram diversas variantes: vaneirão,
vaneirinha.
A vaneirinha é
uma variante criada pelos gaiteiros riograndenses. Seu ritmo é executado um
pouco mais rápido que a vaneira e mais lento que que o vaneirão.
Os passos da
vaneirinha são idênticos aos da vaneira, dançados um pouco mais rápidos.
O vaneirão é
uma variante da veneira. Sua música é executada num ritmo rápido e é o que o
distingue da vaneira e da vaneirinha.
Os passos de
vaneirão são iguais aos passos da vaneira, apenas com um andamento mais rápido.
Também
conhecido como limpa banco, o vanerão, presta-se para o virtuosismo do gaiteiro
de gaita piano ou botonera, sendo assim muitas vezes um tema instrumental.
Quanto a forma musical o vanerão pode ser construído em três partes, utilizado
em ritmos tradicionais brasileiros como o choro e a valsa. Quando cantado,
dependendo do andamento e da divisão rítmica da melodia, exige boa e rápida
dicção por parte dos intérpretes. O Vanerão com sua vivacidade exige bastante
energia, tantos dos músicos, como dos bailadores de fandango.
A vaneira e
suas variações são dançadas com marcação 2 e 2, nos salões do Rio Grande do
Sul, dançada puladinha(no que lembra o passo do bugio) ou arrastada, esta
marcação é feita em qualquer direção. O homem inicia com o pé esquerdo indo em
diagonal; logo depois, o segundo passo é
dado para frente. Entre estes dois movimentos, o outro pé desloca-se levemente
em um pequeno arrastar. Os pés partem da posição inicial já indicada nos fundamentos
da postura, sendo que os primeiros passos são feitos como se quiséssemos formar
um horário de dez para as duas.
Os movimentos
dos passos da vaneira são idênticos ao do chote tradicional, cujos pares dançam
enlaçados e não fazendo as figuras.