“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

domingo, 8 de março de 2015

"CABO TOCO" a mulher Gaúcha na Revolução Federalista

O GALPÃO, PÁTRIA E POESIA, rende sua singela homenagem ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER, as bravas mulheres gaúchas.

PARABÉNS A TODAS AS MULHERES!!!


OLMIRA LEAL DE OLIVEIRA, conhecida como "CABO TOCO",nasceu em 18 de junho de 1902, na localidade de Camaquã, em Caçapava do Sul, filha de Francisco José de Oliveira e Auta Coelho Leal de Oliveira. Casada com Antônio Martins da Silva, não teve filhos. Faleceu em 21 de outubro 1989, aos 87 anos em Cachoeira do Sul.
"Cabo Toco" foi a primeira mulher gaúcha a ostentar a farda da Brigada Militar. Olmira Leal de Oliveira, foi recrutada aos 21 anos de idade, para servir na Brigada Militar, como combatente e enfermeira do 1.º Regimento de Cavalaria, (hoje 1.º Regimento de Polícia Montada, sediado em Santa Maria), durante o movimento armado de 1923, quando Borges de Medeiros lutava pela legitimidade de sua reeleição ao governo do Estado. Olmira lutou ainda, nos movimentos revolucionários seguintes (1924 e 1926). Olmira Leal Oliveira ficou conhecida como Cabo Toco graças à sua participação nas tropas da Brigada Militar durante a Revolução Federalista, enfrentando ninguém menos que o General Zeca Neto

Sua figura ficou conhecida em 1987, quando Nilo Bairros de Brum e Heleno Gimenez venceram a (V-VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO) com uma composição em sua homenagem interpretada por Fátima Gimenez, pois só a partir desse momento é que o Governo do Estado do Rio Grande Do Sul à concedeu uma pensão vitalícia. Mesmo assim, ela morreu em 1989 morando em um barraco na zona periférica da cidade de Cachoeira do Sul.

Ela também é patrona da primeira turma de PMs femininas do Estado.

Ijuí também homenageou-a dando o seu nome a uma rua da cidade, bem como ao CTG do 9.º Batalhão da Polícia Militar da mesma cidade (Jornal do Povo, 18 de agosto de 1991).


Dona Olmira contou com orgulho, ao site: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3164514 editado por Acioly Netto o fato de ter tomado chimarrão com o General Netto.

- As tropas do General Netto, eram uma gurizada, sem experiência de combate mas, venciam pela coragem, por isso todos tinham medo deles. Minha mãe teve um caso com Netto, e graças a isso eu pude ser recebida por ele no acampamento, e tomei chimarrão com ele na porta da barraca. Quando fui comer churrasco, tive medo que eles me envenenassem, por ser uma inimiga e estar espionando.
- Então voltei, e informei ao nosso chefe a exata localização do acampamento de Netto. Na madrugada atacamos de surpresa, mas não sei como, parece que estavam nos esperando. Nossas tropas foram recebidas com um salsedo de balas, e tivemos que bater em retirada.
                Na ingenuidade de sua Juventude, e mesmo na experiência da sua velhice, Dona Olmira não imaginava que o General Netto, perceberá o motivo de sua visita, ao acampamento dos revolucionários Maragatos.
                Neto como homem nobre, jamais tomaria atitudes vingativas, e como homem inteligente, nunca demonstraria ter percebido os propósitos da espiã. Logicamente preparou suas tropas para e iminência de um ataque, onde o adversário não teria uma vantagem do fator surpresa.
                Acioly Netto descreve que nela era estampado o resultado com o convívio com o ódio, a dor, a morte e por fim a solidão.
Acioly Netto
Publicado em 17/08/2011
Reeditado em 30/04/2013
Código do texto: T3164514

CABO TOCO
Composição: NILO BAIRROS DE BRUM E HELENO GIMENEZ
Interpretação: FÁTIMA GIMENEZ
Foi no lombo de um cavalo que descobri horizontes 
Em vez de vestir bonecas andei gritando repontes 
Entrei de frente na história e acredite quem quiser 
Em vinte e três fui soldado sem deixar de ser mulher 
Em vinte e três fui soldado sem deixar de ser mulher

(Me chamam de Cabo Toco 
Sou guerreira, sou valente 
Do Primeiro Regimento 
Enfermeira e combatente

Me chamam de Cabo Toco 
Só não sabe quem não quer 
/Debaixo do talabarte 
Há um coração de mulher/)

Lutei contra Honório Lemes na serra do Caverá 
Na ponte do Alegrete meu fuzil estava lá 
Enfrentei o Zeca Neto sem temor da "colorada" 
Anita sem Garibaldi, já nasci emancipada 
Anita sem Garibaldi, já nasci emancipada

(Me chamam de Cabo Toco 
Sou guerreira, sou valente 
Do Primeiro Regimento 
Enfermeira e combatente

Me chamam de Cabo Toco 
Só não sabe quem não quer 
/Debaixo do talabarte 
Há um coração de mulher/)

A velhice me encontrou com a miséria na soleira 
A ver a vida por frestas num subúrbio de cachoeira 
Digo aos curiosos que trazem ajudas interessadas 
Que não quero caridade quero justiça e mais nada 
Que não quero caridade quero justiça e mais nada


FONTE:
Museu Municipal De Cachoeira Do Sul - Patrono Edyr Lima
http://obrigadiano.blogspot.com.br/2013/03/cabo-toco.html

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