“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

sábado, 6 de junho de 2015

ADELAR BERTUSSI


Adelar Bertussi Siqueira nasceu em Caxias do Sul/RS, no dia 10 de Fevereiro de 1933. Músico gaúcho, Adelar criou com seu irmão Honeyde Bertussi um grupo de baile que recebeu o nome de Irmãos Bertussi.
Os "Irmãos Bertussi" marcaram a época na música Brasileira a partir de 1955, porém a saga desta família Italiana atravessa todo o século XX na música do Rio Grande do Sul, iniciando-se com a chegada de João Bertussi que fez parte do grupo de imigrantes italianos que se estabeleceram na Serra Gaúcha no fim do século XIX.
Da união entre Fioravante e Josefina, nasceram quatro filhos. Entre eles, com 10 anos de diferença, Honeyde (1923) e Adelar (1933). A família foi formada em São Jorge da Mulada, distrito de Criúva, em São Francisco de Paula, local que hoje pertence a Caxias do Sul, mas era muito mais próximo de Vacaria;
Fioravante era um clarinetista estudioso e tornou-se maestro de uma das primeiras bandas serranas em 1920.
Adelar Bertussi já tocava cavaquinho com apenas 6 anos de idade e  se apresentava em carreiras para ganhar uns trocados.
E com 10 anos tocava gaita ponto.
Nesta mesma época o Oneide comprou o primeiro acordeon todeschini, e o irmão mais novo ADELAR BERTUSSI, passou a estudar o novo instrumento.
Os filhos estudaram teoria musical o colheram o que de melhor havia em folclore e gêneros regionais diretamente das fontes. Alias, não só viviam essas realidades cotidianas, como logo eles próprios tornaram-se fontes.
Os quatro irmãos começam a tocar juntos. Quando Wilson e Valmor deixam de participar do grupo, Honeyde e Adelar continuam como dupla. O nome Irmãos Bertussi é denominado artisticamente a partir de 1949.
Os irmãos bertussi, na descrição feita certa vez em uma entrevista para a televisão, nunca foram gênios musicais, mas sempre foram extremamente competentes no que faziam. Um gênio não precisa estudar as coisas brotam naturalmente certas de seu talento. Mas Os Bertussi, estudaram, e se dedicaram a música, tanto que quando foram gravar suas músicas elas já estavam totalmente orquestradas, sem precisar nenhuma correção.
Tudo o que os Bertussi faziam virava modelo, quando Adelar começou a usar o tirador para tocar baile, os outros gaiteiros também passaram a utilizar. Quando a dupla Os irmãos Bertussi começou a fazer sucesso, surgiram inúmeras duplas iniciadas pela expressão Os irmãos.
Muitos anos depois Adelar Berturssi formou dupla com itajaíba mattana,uma dupla chamada os cobras do teclado, e as músicas desta dupla eram frequentemente tocadas até no programa do chacrinha no rio de janeiro. No rio Grande do Sul, em menos de uma ano existiam várias duplas e conjuntos que em que os nomes eram precedido da expressão os cobras.
Para Adelar Bertussi, na região em que ele toca, os bailes atuais não mudaram  muito dos bailes de antigamente, e a música de raiz ainda é a que prevalece, é a que mais agrada.
Sobre o estilo de tocar, Adelar revelou que  a  música gaúcha de baile foi de certa forma iniciado por ele e pelo irmão Oneyde, porque o Oneyde que era mais velho recolheu algumas canções dos gaiteiros de gaita ponto que existiam antigamente, aqueles do fundo dos rincões, que tocavam mais e cantavam menos, resgatando canções, como por exemplo, o xote laranjeira, mané romão, o calça larga, e partindo destas músicas começaram a inventar o seu próprio estilo musical.
O maior sucesso da dupla, "Oh de Casa", foi gravado em disco de mesmo nome, em 1962, também gravaram outros sucessos como "Cancioneiro das Coxilhas", "São Francisco é Terra Boa", "Cavalo Preto", "Sangue de Gaúcho" e "O Casamento da Doralice".
Estabelecidos na região serrana, "Os Bertussi" difundiram instrumentos musicais (especialmente a gaita) através de seu entreposto comercial. Criaram uma escola musical baseada na técnica apurada e na leitura musical. Isto os diferenciou na música regional.
Em 1965 a música Bertussi conta coma a participação de Daltro Bertussi.
Em 1980 Adelar e Gilney, gravam os Bertussi Pai e Filho.
Segundo , Edson Dutra líder do grupo os Serranos , adelar bertussi gravou o primeiro bugio, o casamento da doralícia, aliás, é bom salientar que para  Adelar Bertussi, o ritmo bugio é mais antigo do que se acredita, é uma música indígena, e com forte semelhança com o baião nordestino. Não  acredita que tenha surgido em São Francisco de Assis, ou São Francisco de Paula, acredita que o bugio é anterior a nossa música moderna.
Para Adelar  Bertussi a maior contribuição que os Bertussi deram para a nossa cultura, foi o Melhoramento do nosso Folclore, com músicas mais elaboradas, e isso se deve ao fato de  terem sido muito perfeccionistas.
Em uma visita a fazenda de Adelar Bertssi, Luiz Gonzaga deu um conselho para adelar bertussi: sempre toque para o povo, nunca para os colegas músicos, porque quem te contrata e de reconhece, é o povo.
Talvez a cultura gaúcha nem possa dimensionar ainda a influência e real importância dos "Bertussi", mas, eles representam diretamente a ascendência Italiana na sociedade gaúcha do século XX e todos os seus significados.
No começo do século XX os temas recorrentes são sobre a índole musical gaúcha, que predominavam os temas tristes, sombrios e carregados. Em contraponto a este debate, "Os Bertussi" infundem uma escola musical de baile, com música apropriada para a dança e a alegria característica do povo Italiano.
Somando a isso, ainda há que se frisar o aspecto importante do espírito inovador destes músicos.
A primeira grande revolução que causaram foi a de utilizar dois acordeons ao invés da costumeira dupla violão/acordeom. Isto só foi possível, porque Adelar e Honeide eram exímios instrumentistas e escreviam as partituras rearranjando os temas de modo que os instrumentos se completassem. Era como um só acordeom tocando a quatro mãos.
Anos depois, já no início dos anos 50, Incorporaram a bateria ao baile gaúcho. Bateria era, então, um instrumento utilizado pelos jazzistas e havia entrado no RS a partir de 1924. "Os Bertussi" sabiam o que queriam. Na época não existiam equipamentos de som (microfones, amplificadores e caixas de som são coisas dos anos 60). Precisavam de volume, de potência sonora para os bailes cada vez maiores.
Assim é que "Os Bertussi" estiveram na linha de frente da música ao gravar temas eruditos em acordeom para o mercado nacional e ao revolucionar a execução musical dentro do estado. Esta saga vitoriosa cruza todo o século XX e adentra o século XXI.
Adelar e seu irmão foram os pioneiros da música tradicionalista gaúcha, e também foi o primeiro grupo a incluir a bateria em bailes, fato inédito, porque na época os artistas se apresentavam nos bailes com um pandeiro, uma gaita, um violão e um bumbo legüero.
O cantor Adelar Bertussi é hoje é referenciado como um símbolo do tradicionalismo.
Adelar deixou 'Os Bertussi' no ano de 1998, e passou o cargo para seu filho. E seguindo a trajetória Musical da Família Bertussi, Gilney prossegue a jornada com o grupo “OS BERTUSSI - Nova Geração”, que mantém viva a tradição, animando muitos bailes pela região sul do país e além fronteiras.
O estilo fandangueiro das duas gaitas permanecem até hoje, que é a marca inconfundível da música Bertussi. Não é a toa que eles se referem constantemente à "Música Bertussi". Com toda a razão, eles criaram escola.
Hoje OS BERTUSSI é um grupo musical que atua em todos os estados do Sul, Paraguai, MT, MS, TC, BA, MG, entre outros.
Mantem sempre um repertório atualizado assim como a estrutura de equipemento de audio, iluminação, meio de locomoção, mantendo assim, sua legião de fâs e conquistando inclusive público de todas a idades.
Hoje Adelar apresenta-se em shows pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Adelar Bertussi é um mito da música gaúcha e do acordeom brasileiro. Não há um gaiteiro do sul, que aprecie a música de raiz do seu estado, que não seja influenciado pelos Irmãos Bertussi, parceria de Adelar com seu irmão, Honeyde, falecido em 1996. O duo, que tocou em bailes por todo o país, contribuiu muito para estabeler e firmar aspectos da cultura tradicional gaúcha, perpetuados hoje pela nova geração. Adelar, no entanto, não se relacionou apenas com músicos de seu estado; entre as amizades que fez com sanfoneiros de diversas regiões, uma em especial lhe marcou muito: a de Luiz Gonzaga, que, além de bom amigo, admirava muito seu estilo original de tocar. Hoje Adelar mora em Curitiba, cidade de sua esposa, mas segue viajando e tocando sua gaita Brasil afora, divulgando a mais autêntica música tradicional gaúcha.
TERMINO, CITANTO PALAVRAS DE ADELAR BERTUSSI, DANDO A SUA DEFINIÇÃO PARA A   MÚSICA.
Música não é profissão que se aprende... música... é missão que se cumpre.
Música é arte divina, é com ela que eu vivo, é ela que me dá saúde, e que me dá o prazer de tocar para o povo.


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