“Galpão, Pátria e Poesia. Três palavras consagradas, no final da madrugada se encontram pra clarear o dia, vão regendo a sinfonia de poetas e cantores, para que os madrugadores esperem o sol estribados, para alegrar nosso pago, com versos e melodias”

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

JUSTINO LOPES

JUSTINO DE LIMA LOPES, nasceu em 16 de agosto 1950, no terceiro distrito de Santiago (Vila florida), sendo o terceiro filho dos nove irmãos do casal Acilino Ribeiro Lopes e Itanira de Lima Lopes. Ao completar três anos veio morar em Santiago com a família, tendo fixado residência no antigo Batalhão Velho, hoje vila missões. Seu pai foi um dos pioneiros na construção do Moinho Santiaguense, prédio que hoje abriga a Cotrijuí. Justino, ainda de calça curta e tirante, já despertava para a arte da poesia, da payada e do improviso. Estudou no Colégio Manoel Abreu, na Escola Apolinário Porto Alegre e no Colégio Estadual Cristóvão Pereira, onde concluiu o antigo Ginásio.
Desde guri Justino Lopes foi voltado ao Trabalho de vendedor: vendia maçã, óleo de oliva, azeitonas e sabão contrabandeado da Argentina, sempre monitorado pelo irmão mais velho, Ataliba de Lima LOPES. No decorrer dos anos trabalhou ao lado do pai, no moinho grande e no engenho de arroz. Na mesma época também ajudava sua mãe numa pequena leiteria, entregando leite para as famílias Viero e Silveira, entre outras. Os amigos e familiares chamavam-no e ainda o chamam de “Nezinho”.
Seus conhecimentos campeiros  foram forjados como peão na Estância da Várzea, que era de propriedade do Sr. Cirilo Silveira, onde  aprendeu a lavrar, carretear, transportar milho em espiga e lidar com tambeiros; nessa época, tamb´pem fez sua primeira tropeada. Ao completar dezoito anos, sentou praça no Exército Brasileiro e serviu à pátria durante dois anos e meio no quarto RC, atual nono Batalhão Logístico. Após dar baixa do exército, trabalhou na Cooperativa Tritícula e no Posto Esso, o Posto do Nery. Posteriormente retornou ao interior, tendo trabalhado na Estância da Figueira, Fazenda da Glória e Paredão, de propriedade da Senhora Amélia Rocha Visintainer, onde se aprerfeiçoou nas lidas campeiras. Quando já trabalhava por conta, representando a indústria Rhodia Produtos Veterinários, já se destacava como declamador, trovador e guitarreiro. Junto com seu mestre e amigo Jaime Medeiros Pinto, participou de vários congressos Tradicionalistas, Rodeios I nternacionais e Festivais de música Nativista. Foi Jaime Pinto quem o incentivou a cultivar e a repassar a tradição da nossa gente às novas gerações. Nesse universo de riquezas culturais e muita sede de viver, seu mundo resumia-se numa rodada de guitarra, na payada, na poesia ou num canto de aporfia. Com a parceria de seu irmão ATALIBA DE LIMA LOPES, Justino cantou o rio Grande com galhardia e altivez.

Fez parte da invernada artística do CTG coxilha de Ronda, realizando palestras em várias escolas do município principalmente na semana farroupilha, e foi um dos fundadores do Grupo Nativista Os Tropeiros, entidade que hoje é uma das maiores do Rio Grande do Sul.  Por volta de 1978, o Conjunto OS QUERAS composto por Miguel Marques, Juarez Severo e Nilda Severo, gravou suas primeiras letras “SONHO COM A ESTÂNCIA” e “SANTIAGO, MINHA TERRA”, que acabou dando nome ao LP.
Suas letras, musicadas por vários artistas parceiros,  foram exitosas em vários festivais do nosso Rio Grande. Entre elas podemos citar:
RINGINDO BASTOS, uma parceria com JORGE GUEDES, vencedora da primeira aldeia da Canção Nativa em Gravataí.
QUANDO OS TOUROS SE APARTAM, uma parceria com MIGUEL MARQUES e LUIZ CARLOS RANOFF, vencedora do décimo primeiro Ponche Verde da Canção Gaúcha em Dom Pedrito;
DA TROPA, parceria com Nilton Ferreira e Eduardo Marques, vencedora da Linha Bugio, no sétimo aparte da Querência do Bugio, em São Francisco de Assis;
QUANTO TEMPO VIVERÁS, parceria com NenitoSarturi e Leonardo Sarturi, segundo lugar da décima nona Gauderiada da Cação Gaúcha em Rosário do Sul;
NO TILINTAR DAS PEDRAS, parceria com JORGE GUEDES, e Eduardo Marques, segundo lugar da décima segunda Vigília do Canto Gaúcho em  Cachoeira do Sul.
Justino Lopes, é admirador dos payadores, JAYME CAETANO BRAUN e ATAUALPA YUPANQUI, dos cantores Noel Guarani e José Larralde e do declamador Marco Aurélio Campos.
Justino Lopes é casado  com a Senhora Lorêni Monteiro Lopes e desse união nasceram três Filhos: Jusêni Monteiro Lopes, Halber Monteiro Lopes e Halder Monteiro Lopes. Possui grande apego à familha, aos amigos e a propriedade rural que administra no sexto distrito de Santiago, denominado TAQUAREMBÓ.
Suas horas de lazer são dedicados à poesia, escrevendo letras para composições musicais que premiadas ou não nos eventos musicais que participa ou inseridas nos discos dos cantores e conjuntos gaúchos, encantam pela sensibilidade e bom gosto deste verdadeiro defensor da cultura gaúcha  que é Justino de Lima Lopes.
Justino Lopes, possui a inquietude, a força e a garra característicos do homem gaúcho das missões. O sangue missioneiro impulsiona sua produção artística. Seu linguajar campeiro é repleto de palavras oriundas de um vocabulário que hoje quase se desconhece. Suas composições possuem temas extremamente  ligados ao  cenário rural do nosso estado. A doma, o índio, a lida de campo, o bochincho e a defesa dos ideais missioneiros.

Um defensor ferrenho da nossa cultura, um destes palanques que sustentam a tradição do nosso rio grande um declamador talentoso e que não se exime de tomar posição firme e definida, característica que um missioneiro já traz no sangue.

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