JUSTINO DE LIMA LOPES, nasceu em 16
de agosto 1950, no terceiro distrito de Santiago (Vila florida), sendo o
terceiro filho dos nove irmãos do casal Acilino Ribeiro Lopes e Itanira de Lima
Lopes. Ao completar três anos veio morar em Santiago com a família, tendo
fixado residência no antigo Batalhão Velho, hoje vila missões. Seu pai foi um
dos pioneiros na construção do Moinho Santiaguense, prédio que hoje abriga a
Cotrijuí. Justino, ainda de calça curta e tirante, já despertava para a arte da
poesia, da payada e do improviso. Estudou no Colégio Manoel Abreu, na Escola
Apolinário Porto Alegre e no Colégio Estadual Cristóvão Pereira, onde concluiu
o antigo Ginásio.
Desde guri Justino Lopes foi voltado
ao Trabalho de vendedor: vendia maçã, óleo de oliva, azeitonas e sabão
contrabandeado da Argentina, sempre monitorado pelo irmão mais velho, Ataliba
de Lima LOPES. No decorrer dos anos trabalhou ao lado do pai, no moinho grande
e no engenho de arroz. Na mesma época também ajudava sua mãe numa pequena
leiteria, entregando leite para as famílias Viero e Silveira, entre outras. Os
amigos e familiares chamavam-no e ainda o chamam de “Nezinho”.
Seus conhecimentos campeiros foram forjados como peão na Estância da
Várzea, que era de propriedade do Sr. Cirilo Silveira, onde aprendeu a lavrar, carretear, transportar
milho em espiga e lidar com tambeiros; nessa época, tamb´pem fez sua primeira
tropeada. Ao completar dezoito anos, sentou praça no Exército Brasileiro e
serviu à pátria durante dois anos e meio no quarto RC, atual nono Batalhão
Logístico. Após dar baixa do exército, trabalhou na Cooperativa Tritícula e no
Posto Esso, o Posto do Nery. Posteriormente retornou ao interior, tendo trabalhado
na Estância da Figueira, Fazenda da Glória e Paredão, de propriedade da Senhora
Amélia Rocha Visintainer, onde se aprerfeiçoou nas lidas campeiras. Quando já
trabalhava por conta, representando a indústria Rhodia Produtos Veterinários,
já se destacava como declamador, trovador e guitarreiro. Junto com seu mestre e
amigo Jaime Medeiros Pinto, participou de vários congressos Tradicionalistas,
Rodeios I nternacionais e Festivais de música Nativista. Foi Jaime Pinto quem o
incentivou a cultivar e a repassar a tradição da nossa gente às novas gerações.
Nesse universo de riquezas culturais e muita sede de viver, seu mundo
resumia-se numa rodada de guitarra, na payada, na poesia ou num canto de
aporfia. Com a parceria de seu irmão ATALIBA DE LIMA LOPES, Justino cantou o
rio Grande com galhardia e altivez.
Fez parte da invernada artística do
CTG coxilha de Ronda, realizando palestras em várias escolas do município
principalmente na semana farroupilha, e foi um dos fundadores do Grupo
Nativista Os Tropeiros, entidade que hoje é uma das maiores do Rio Grande do
Sul. Por volta de 1978, o Conjunto OS
QUERAS composto por Miguel Marques, Juarez Severo e Nilda Severo, gravou suas
primeiras letras “SONHO COM A ESTÂNCIA” e “SANTIAGO, MINHA TERRA”, que acabou
dando nome ao LP.
Suas letras, musicadas por vários
artistas parceiros, foram exitosas em
vários festivais do nosso Rio Grande. Entre elas podemos citar:
RINGINDO BASTOS, uma parceria com JORGE GUEDES,
vencedora da primeira aldeia da Canção Nativa em Gravataí.
QUANDO OS TOUROS SE APARTAM, uma parceria com
MIGUEL MARQUES e LUIZ CARLOS RANOFF, vencedora do décimo primeiro Ponche Verde
da Canção Gaúcha em Dom Pedrito;
DA TROPA, parceria com Nilton Ferreira e Eduardo
Marques, vencedora da Linha Bugio, no sétimo aparte da Querência do Bugio, em
São Francisco de Assis;
QUANTO TEMPO VIVERÁS, parceria com NenitoSarturi e
Leonardo Sarturi, segundo lugar da décima nona Gauderiada da Cação Gaúcha em
Rosário do Sul;
NO TILINTAR DAS PEDRAS, parceria com JORGE GUEDES,
e Eduardo Marques, segundo lugar da décima segunda Vigília do Canto Gaúcho
em Cachoeira do Sul.
Justino Lopes, é admirador dos
payadores, JAYME CAETANO BRAUN e ATAUALPA YUPANQUI, dos cantores Noel Guarani e
José Larralde e do declamador Marco Aurélio Campos.
Justino Lopes é casado com a Senhora Lorêni Monteiro Lopes e desse
união nasceram três Filhos: Jusêni Monteiro Lopes, Halber Monteiro Lopes e
Halder Monteiro Lopes. Possui grande apego à familha, aos amigos e a
propriedade rural que administra no sexto distrito de Santiago, denominado
TAQUAREMBÓ.
Suas horas de lazer são dedicados à
poesia, escrevendo letras para composições musicais que
premiadas ou não nos eventos musicais que participa ou inseridas nos discos dos
cantores e conjuntos gaúchos, encantam pela sensibilidade e bom gosto deste
verdadeiro defensor da cultura gaúcha
que é Justino de Lima Lopes.
Justino Lopes, possui a inquietude, a
força e a garra característicos do homem gaúcho das missões. O sangue
missioneiro impulsiona sua produção artística. Seu linguajar campeiro é repleto
de palavras oriundas de um vocabulário que hoje quase se desconhece. Suas
composições possuem temas extremamente
ligados ao cenário rural do nosso
estado. A doma, o índio, a lida de campo, o bochincho e a defesa dos ideais missioneiros.
Um defensor ferrenho da nossa
cultura, um destes palanques que sustentam a tradição do nosso rio grande um
declamador talentoso e que não se exime de tomar posição firme e definida,
característica que um missioneiro já traz no sangue.
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