José Mendes Guimarães ou apenas JOSÉ MENDES, Cantor. Compositor e Ator, nasceu em 20 de abril
de 1939
na localidade de Machadinho, no
município gaúcho de Lagoa Vermelha.
Começou a se
interessar pela música aos 14 anos, formando pouco tempo depois, com um amigo, uma
dupla amadora chamada "Os Irmãos Teixeira".
Em 1958, foi
prestar o serviço militar e mudou então para a cidade de Vacaria, onde se
fixaria depois do serviço militar. Iniciou a carreira artística em 1960, quando mudou-se para a cidade de Júlio de Castilhos, onde formou o trio Os Seresteiros
do Pampa.
Em 1962, depois de
excursionar pelo nordeste do Rio Grande do Sul e por algumas cidades de Santa
Catarina, decidiu que era hora de gravar um disco solo, ou abandonar a carreira.
Pediu dinheiro emprestado ao fazendeiro Irineu Nery da Luz, que lhe cedeu a
quantia de 20 mil cruzeiros, para viajar até São Paulo. Na capital paulista,
dormiu vários dias em bancos da rodoviária, alimentando-se de pão e banana.
Conheceu então os
radialistas Zé Tomé da Rádio Tupi, e Teixeira Filho da Rádio Cultura, e os
artistas Pedro Bento, Zé da Estrada, Zilo e Zalo, Palmeira, então diretor
artístico da gravadora Continental e Biá, além do acordeonista Alberto Calçada,
que tocou acordeom em seu primeiro disco.
Apresentou suas
composições a Palmeira que o levou para gravar o disco pela Continental,
aconselhando-o a colocar as músicas que eram todas dele em parceria com
radialistas de São Paulo e Rio de Janeiro, para que tivessem divulgação.
Utilizando o nome
artístico de Gaúcho Seresteiro,
gravou seu primeiro LP intitulado "Passeando de pago em pago", uma autêntica crônica de suas viagens pelo Rio Grande do Sul. Nesse disco, gravou doze composições, todas de sua autoria, mas que acabaram aparecendo com diferentes parceiros, todos radialistas: a música título, com Sebastião Ferreira da Silva; "Roubei a fazendeira", com Carlos Armando; "Cantando ao luar" com Nino Silva; "Porteira do Rio Grande", com Teixeira Filho; "Não sou culpado", com José Teixeira; "Saudades de Júlio de Castilhos", com Leonel da Cruz; "Excursão catarinense", com Sertãozinho; "Sou do Rio Grande", com Milton Gomes; "Capital gaúcha", com Domingos de Palo; "Gaúcho gaudério", com Zé Tomé; "Sem teu amor", com Carlos Armando; e "Cruzaltense", com Coronel Narcizinho.
gravou seu primeiro LP intitulado "Passeando de pago em pago", uma autêntica crônica de suas viagens pelo Rio Grande do Sul. Nesse disco, gravou doze composições, todas de sua autoria, mas que acabaram aparecendo com diferentes parceiros, todos radialistas: a música título, com Sebastião Ferreira da Silva; "Roubei a fazendeira", com Carlos Armando; "Cantando ao luar" com Nino Silva; "Porteira do Rio Grande", com Teixeira Filho; "Não sou culpado", com José Teixeira; "Saudades de Júlio de Castilhos", com Leonel da Cruz; "Excursão catarinense", com Sertãozinho; "Sou do Rio Grande", com Milton Gomes; "Capital gaúcha", com Domingos de Palo; "Gaúcho gaudério", com Zé Tomé; "Sem teu amor", com Carlos Armando; e "Cruzaltense", com Coronel Narcizinho.
Depois da gravação
do disco, retornou para a cidade gaúcha de Vacaria e, logo em seguida, mudou-se
para a cidade de Porto Alegre, onde chegou a dormir dentro de carros em uma
garagem na qual trabalhava um amigo.
Começou a fazer
apresentações em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a fim
de divulgar o disco, fazendo isso por cinco anos. Em Porto Alegre, apresentou-se
em diversos programas de Rádio, entre os quais, "Festa na roça"
apresentado por Nelson Souza na Rádio Itay, e "Programa Grande Rodeio
Coringa", na Rádio Farroupilha, no qual conheceu Darcy Fagundes e Luiz
Menezes que se tornaram grandes amigos seus.
Nesse período,
participou de várias caravanas artísticas ao lado de nomes como Airton Pimentel, Os Araganos, Velho Mirongueiro, Os Mirins, Luiz Muller, Portela Delavy, e
as duplas Milton e Almerinda e Xará e Timbaúva, entre outros.
Numa dessas viagens,
em companhia de Portela Delavy e Luís Muller, ocorreu um episódio que mudaria
sua vida. Viajavam de kombi para a realização de um show, quando o carro
quebrou e tiveram que pegar um ônibus. A certa altura dois peões começaram a
discutir até que um deles, para terminar o assunto falou: "Pára
Pedro", e tornou a repetir "Pedro, pára". Estava dado o norte
para ele e Delavy comporem o xote "Pára, Pedro".
A música foi
apresentada primeiramente no programa radiofônico "Grande Rodeio
Coringa" causando grande impacto, recebendo o incentivo de todos para que
a gravasse.
Em 1967, voltou a
São Paulo, a fim de gravar seu segundo disco. Foi recusado pela Continental e
pela Chantecler, até que a gravadora Copacabana resolveu lançar "Pára
Pedro" em compacto simples. O disco tornou-se rapidamente um grande
sucesso nacional e internacional, sendo regravado em diversos gêneros, por
diferentes cantores na América Latina. O compacto vendeu mais de 600 mil cópias
e se tornou o disco mais vendido do ano, o que lhe valeu da TV Gaúcha o
"Troféu de Consagração popular".
Na
época, uma reportagem da revista "O Cruzeiro" dava conta da enorme
popularidade alcançada por ele: "Ligue o rádio e ouça. Esteja você em São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Porto Velho
ou no Acre". E até atravessando fronteiras, na Argentina, Uruguai ou
Bolívia. Você poderá ouvi-la com o seu criador, um moço gaúcho, chamado José
Mendes, ou com Raul Gil, Élcio Alvarez, Trio Irakitan, Os Araganos,
e também em ritmo de iê-iê-iê, com os Brazilian
Beatles, ouThe Stranger's.
No LP "Pára Pedro" além da música título, continha ainda as composições
"Picaço velho", "Surpresa da vida" e "Mensagem de
saudade", de sua autoria e mais, "Mulher feia", com Noel
Silveira, "Canto da siriema", com Leonel dos Santos, "Valsa do
adeus", com Ney Fernandes, "Terra brasileira", com Luis Muller,
e "Corações amantes", com Milongueiro, além de "Saudades de
Lagoa Vermelha", de Elyo Theodoro, e " Terra que canto" e
"Última lembrança", de Luis Menezes.
Nessa
época, assim referiu-se a revista "Contigo" sobre ele: "Surge um
vaqueiro sulino com melodias regionais, de chimarrão e bombacha, largando uma
tremenda lenha em todo mundo, fazendo cair por terra as previsões de
preferência popular.
No bar, no
cabelereiro, em casa, no escritório ou à saída da missa, todos assobiam e
cantarolam a história do Pedro que entrou numa festa lá na fazenda da Ramada.
Todos querem imitar a velha apaixonada, no Pára Pedro! Pedro, pára!".
Em 1968, lançou,
também pela Copacabana, o LP "Não
aperta, Aparício", com música título de sua autoria e mais "Laços
de Saudade" e "Não Chores Chinoca", de sua autoria,
"Saudades de Vacaria", com Paulo Finger, "Vai embora
tristeza", com Oiram Santos, "Pedras no caminho", com Cláudio Paraíba,
e "Esmeralda", com Airton Pimentel, além de "O pranto dos meus
olhos", de J. Pereira Jr.e Néco, "Pequena paisagem de amor", de
Zaé Jr. e Theotonio Pavão, "Adeus Bragança", de Geraldo Nunes, e
"Gaudério", de Luis Muller e Antoninho Duarte.
Ainda nesse, ano
visitou o Rio de Janeiro e apresentou-se no "Programa do Chacrinha".
Também em 1968, participou da coletânea "Carnaval Copacabana", que
contou as presenças de diversos artistas como
Ângela Maria, Gilberto Alves, Carequinha, e Roberto Silva, interpretando "Pedro no
carnaval", de sua autoria e "Maria Antonieta", parceria com
Paulo Finger.
Em 1969, atuou no filme "Pára, Pedro!", baseado em sua música, filmado pela produtora
Leopoldis-Som, com roteiro de Antônio Augusto Fagundes e direção de Pereira
Dias, sendo esse, o primeiro longa metragem colorido produzido no Rio Grande do
Sul. O filme foi grande sucesso, permanecendo em cartaz por 23 semanas no Rio
Grande do Sul, antes de se lançado no Rio de Janeiro. Ainda em 1969, lançou
pela Copacabana seu quarto LP, "Andarengo", disco no qual interpretou
a música título e "Valsa das mães" , parcerias com Antônio Augusto
Fagundes, "Uma aventura a mais", com Leonardo, "Vá embora
tristeza", com Oiram Santos, " Couringando" e "Fronteira
que não faz fronteira", com Airton Pimentel, "Hei de amar-te até
morrer", "Para amar não tem distância", e "Nasci para
você", de sua autoria, além de "Parabéns", de Dimas Costa,
"Brasileiro meu irmão", de Antônio Augusto Fagundes, e "Comadre
Chica", de Otávio Pereira Rodrigues e Cláudio Lima.
Também em 1969, atuou no filme "Não aperta
Aparício", baseado na sua
música homônima, filme também com direção de Pereira Dias e que contou, entre
outros, com as participações de Grande Otelo e José Lewgoy, sendo também um
grande sucesso.
Em 1970,
desfrutando de intensa popularidade, fez shows em quase todas as cidades
gaúchas, além de se apresentar em Santa Catarina, Paraná, Amazonas, São Paulo e
Rio de Janeiro. Nesse ano, tornou-se, juntamente com o cantor Altemar Dutra, o
artista brasileiro com disco mais tocado em Portugal. Foi convidado para
desfilar na Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, saindo como destaque ao lado
de Martinho da Vila no enredo "Glórias gaúchas".
Ainda nesse ano,
lançou o LP "Mocinho do cinema
gaúcho" cantando "História dos Pedros", "Acordeona do
Nego Mendes" e "Gaúcho aventureiro", de sua autoria,
"Palmeira das Missões", com Odalgiro Correia, "Roubei a
fazendeira", com Carlos Armando, "Cantando minha palmeira", com
Odalgiro Correia, "Três flores", com Nonô Basílio, "Quero
beijar-te agora", de Gilberto Nedel e J. Martins, "Não espalha",
de Airton Pimentel, "Moda de agora", de Senair Maicá e Gaúcho do
Rincão, "Sangue criolo", de Lauro Rodrigues, e "Largo da
felicidade", de Rubens Alcântara.
Uma outra
comprovação do sucesso da música "Pára, Pedro" foi o lançamento, na
época, dos bonecos com o nome "Pára, Pedro". Além disso, a polícia
carioca desencadeou a "Operação Pára, Pedro!" nos morros cariocas, e
o cantor Wilson Simonal, que gravou a
música, chegou a comprar um carro mustang, com os rendimentos obtidos com a
gravação.
Suas músicas foram
tocadas a partir de Portugal, na Áustria, Suécia, Suiça e Bélgica.
Em 1971, gravou o LP "Gauchadas" com sete composições de sua autoria: "Churrasco",
com Luis Muller, "As coisas do meu rincão", "Conversa
fiada", "Rodeio de Vacaria", "Minha acordeona",
"Ciganinha", e "Lágrimas do adeus", além de "Roubo da
gaita velha" e "Baile do Rancho", de Nilda Beatriz de Castro,
"Três companheiros", de José Batista, "Palavra triste", de
Oscar de Almeida Macedo e Oiram Santos, e "Chê Florência", de Oiram
Santos.
Em 1972, filmou seu terceiro filme, "A morte não marca
tempo", tendo como
música de abertura a "Balada da solidão", parceria com Pereira Dias.
O filme foi lançado em abril do ano seguinte.
Em 1973, lançou, pela Continental, o LP "Isto é
integração" no qual
interpretou obras de sua autoria como "Minha biografia", "Isto é
integração", com Pereira Dias, "Prece", com Jaime Caetano Braun,
"Carancho", com Zequinha Silva, "Volta Benzinho", com Sonia
Maria, e "Berço saudoso", com Paulo Lima, além de "Pago
santo" e "Herança", de Telmo de Lima Freitas, "Uma Cruz em
cada mão", de Luiz Machado e Celina Paiva, e "Mensagem de
artista", de Bruno Neher e Deroi Marques.
Faleceu em 15 de Fevereiro de 1974, no auge do sucesso, quando a camionete Veraneio na qual
viajava com mais três pessoas, voltando do show em um circo na cidade de
Pelotas, colidiu de frente com um ônibus na altura de Porto Novo na rodovia Rio
Grande-Pelotas BR-471.
Nesse ano, foi
editado o LP "Adeus Pampa querido", uma cópia do seu primeiro disco
"Passeando de pago em pago" com as substituições das músicas
"Passeando de pago em pago", por "Adeus Pampa querido",
versão sua, para música, e "Excursão
catarinense", substituída pela "Balada da solidão".
Em 1979, suas
músicas "Carancho" e "Baile de Campanha" foram incluídas no
LP "Gauchíssimo - Vol. 4", da Musicolor/Continental, que contou com
participações de diversos artistas gaúchos entre os quais, Os Milongueiros,
Gildo de Freitas, e Berenice Aziro ambuja.
Em 2002, foi
homenageado com a publicação do livro ""Pára, Pedro - José Mendes -
Vida e obra", de Ajadil Costa. Nesse livro, o autor afirma que:
"Apesar de passar muitos anos é firme a devoção ao mito José Mendes. Existem
hoje diversos louvores em todo o Rio Grande, em sua lembrança: nome de ruas em
diversas cidades espalhadas pelo Estado. Homenagens em diversos programas de
rádio e festividades em muitas cidades exaltando sua memória."
Em 2004, em sua
homenagem, foi feita a cavalgada "José Mendes de volta a querência",
uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Esmeralda e da Universidade de Caxias
do Sul, com coordenação de Nilson Hoffmann. A cavalgada destinou-se a
transladar os restos mortais do cantor e compositor enterrado em Porto Alegre,
para a cidade de Santa Tereza, seu berço natal.
Em 2006, o
"Memorial José Mendes", localizado no município de Esmeralda, foi
transformado em patrimônio cultural do Estado do Rio Grande do Sul. Qualquer coisa que se escreva ou se fale sobre José Mendes, sempre será incompleto, nunca saberemos o tamanho do sucesso que poderia alcançar, mas nunca esqueceremos do que fez, da sua luta, da sua voz, da sua arte.
Levou o seu cantar gaúcho para o mundo, quebrou barreiras, e se renova todos os dias. Se renova na voz dos artistas que não param de regravar seus sucessos, se renova na voz de seu filho cantor, com quem já fez dueto mesmo depois de morto na música vá embora tristeza, se renova na mente dos poetas que citam seu nome em composições e poemas. Morreu a muitos anos, muitas gerações já nasceram órfãs da sua presença física, mas a sua alma foi absorvida pelo Gauchismo esta energia que une a todos nós sulinos amantes desta terra , tornando-se imortal na nossa Cultura, Muito obrigado José Mendes.
Levou o seu cantar gaúcho para o mundo, quebrou barreiras, e se renova todos os dias. Se renova na voz dos artistas que não param de regravar seus sucessos, se renova na voz de seu filho cantor, com quem já fez dueto mesmo depois de morto na música vá embora tristeza, se renova na mente dos poetas que citam seu nome em composições e poemas. Morreu a muitos anos, muitas gerações já nasceram órfãs da sua presença física, mas a sua alma foi absorvida pelo Gauchismo esta energia que une a todos nós sulinos amantes desta terra , tornando-se imortal na nossa Cultura, Muito obrigado José Mendes.
DISCOGRAFIA
1962
Passeando de pago em pago • Continental • LP
1967
Pára Pedro • Copacabana • LP
1968
Não aperta, Aparício • Copacabana • LP
1969
Andarengo • Copacabana • LP
1970
Mocinho do cinema gaúcho • Copacabana • LP
1971
Gauchadas • Copacabana • LP
1973
Isto é integração • Continental • LP
1974
Adeus Pampa querido • Continental • LP
FONTE:
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